Para 2022, pesquisas presidenciais indicam três cenários prováveis

É importante ressaltar que os números apresentados refletem o atual momento e, até a data das eleições de 2022, muita coisa pode mudar.

Postado em: 24-12-2021 às 08h30
Por: Marcelo Mariano
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É importante ressaltar que os números apresentados refletem o atual momento e, até a data das eleições de 2022, muita coisa pode mudar. | Foto: Reprodução/Internet

Os últimos dias foram marcados pela divulgação de pesquisas para presidente realizadas por alguns dos principais institutos que fazem esse tipo de levantamento, como DataFolha, Ipespe e PoderData.

De acordo com o DataFolha, o ex-presidente Lula (PT) aparece com 48% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 22%. O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) tem 9%, enquanto o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) fica com 7%.

Se excluídos os votos em branco, nulo e os que não souberam opinar, que não valem na hora das eleições, Lula ultrapassaria a marca dos 50% e, portanto, seria eleito já no primeiro turno.

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Já segundo o Ipespe, o petista atinge 44%. Bolsonaro, Moro e Ciro marcam 24%, 9% e 7%, respectivamente. Nesse caso, pela margem de erro de 3,2% e considerando apenas os votos válidos, Lula também poderia vencer no primeiro turno.

Por fim, no levantamento do PoderData, o ex-presidente alcança 40% das intenções de voto contra 30% de Bolsonaro. Moro, por sua vez, registra 7%. E Ciro, 4%. Das três pesquisas citadas, esta é a única que descarta uma vitória de Lula no primeiro turno.

É importante ressaltar que os números apresentados refletem o atual momento e, até a data das eleições de 2022, muita coisa pode mudar, inclusive os candidatos. Por outro lado, fazendo uma leitura realista dos levantamentos citados, pode-se identificar três cenários mais prováveis.

O primeiro deles, conforme já mostrado, é a eleição de Lula sem necessidade de segundo turno. Como as pessoas estão menos preocupadas com corrupção e mais atentas à economia, segundo pesquisas qualitativas, a lembrança de uma maior estabilidade dos governos do ex-presidente, embora as realidades do Brasil e do mundo daquela época sejam diferentes das de hoje, pesam na cabeça do eleitor.

Se Lula não vencer no primeiro turno, o segundo cenário mais provável é o de um embate entre ele e Bolsonaro na rodada seguinte, acirrando ainda mais o clima de polarização política no país.

O atual presidente, porém, não está com sua popularidade em alta e, no campo da direita, vê seu protagonismo ser ameaçado por Moro. Não é à toa que, nos últimos tempos, os bolsonaristas têm feito mais críticas a ele, chamando-o de traidor, do que a Lula.

Por mais que Moro negue, sua essência, em resumo, é muito parecida com a de Bolsonaro. Logo, a segunda opção dos eleitores do presidente, apesar das fortes críticas, é naturalmente o ex-juiz responsável por julgar em primeira instância os casos da Lava Jato em Curitiba.

Diante disso, o terceiro cenário mais provável é um segundo turno entre Lula e Moro, que surge como o único nome da direita com condições de substituir Bolsonaro, caso a tendência de queda de sua popularidade realmente se confirme.

No segundo turno, de acordo com as pesquisas, Lula é favorito tanto contra Bolsonaro quanto contra Moro. O único fator capaz de mudar isso seria o antipetismo voltar ao centro das discussões.

Todos os outros pré-candidatos a presidente aparecem com poucas possibilidades de decolar. Ciro está estacionado há tempos na mesma porcentagem. Ao que tudo indica, só cresceria na eventualidade de Lula não concorrer. Governador de São Paulo (PSDB), João Doria precisaria tirar votos de Bolsonaro e Moro ao mesmo tempo.

O Brasil encerra 2021 parecendo que as eleições de 2022 serão no início do ano, mas os próximos meses, que prometem ser marcados por muita articulação política, só não serão mais agitados do que a ceia de Natal de hoje à noite. (Especial para O Hoje)

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