Retrospectivas O Hoje: as 8 falas mais polêmicas de Bolsonaro no decorrer de 2021

Ano foi marcado por ataques à democracia e disseminação de informações falsas por parte do presidente, que se elegeu apoiado em polêmicas e mantém a tradição no decorrer do mandato

Postado em: 25-12-2021 às 12h50
Por: Giovana Andrade
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Ano foi marcado por ataques à democracia e disseminação de informações falsas por parte do presidente, que se elegeu apoiado em polêmicas e mantém a tradição no decorrer do mandato | Foto: reprodução

O envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) em polêmicas é um fator comum desde o início de sua trajetória como político. Conhecido por desrespeitar minorias sociais, desferindo ataques verbais a pessoas pretas, homossexuais, mulheres e tantos outros grupos, o ex-militar conquistou uma legião de seguidores que compartilham dos mesmos pensamentos retrógrados e preconceituosos.

Nos últimos dois anos, com a pandemia de Covid-19, o repertório de polêmicas do presidente se diversificou ainda mais, com falas que disseminaram desinformação ao questionar fatos científicos, a exemplo da eficácia das vacinas. 

Além disso, o ano de 2021 também foi marcado por falas polêmicas envolvendo ataques à democracia, como nas manifestações do 7 de setembro, e inúmeras declarações repletas de inverdades. Confira na lista abaixo as 8 falas mais polêmicas de Bolsonaro no último ano:

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1. “Quando eu vejo a imprensa me atacar, dizendo que comprei 2 milhões e meio de latas de leite condensado, vai pra puta que pariu, imprensa de merda! É pra enfiar no rabo de vocês da imprensa essas latas de leite condensado.” 

Logo no início do ano, em janeiro de 2021, o presidente se exaltou ao criticar a imprensa após matérias a respeito da compra de enorme quantidade de leite condensado para o Exército. O caso repercutiu fortemente, e o destino das inúmeras latas do produto típico da culinária brasileira permanece desconhecido. 

2. “Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”

Em março de 2021 o número de mortes pelo novo coronavírus escalava e a fase mais letal da pandemia se aproximava. Enquanto isso, o chefe do Executivo federal manteve o discurso negacionista, respondendo com desdém às críticas referentes à falta de medidas de restrição em meio ao recorde de óbitos por Covid-19.

3. “Quero dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá. E aqueles que pensam que com uma caneta podem me tirar da presidência, digo uma coisa: só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso.”

O mês de setembro foi marcado por declarações de ataque à democracia e ao equilíbrio dos poderes, com a declarada campanha do Executivo contra o Judiciário. Em um dos discursos nos atos do feriado em comemoração à independência do Brasil, o presidente deixou claras suas inclinações golpistas.

4. “Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados – quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, né, 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados – estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto, recomendo ler a matéria.”

Em um dos episódios mais marcantes do ano, Bolsonaro afirmou, em uma live realizada no dia 21 de outubro, que a imunização contra a Covid-19 estaria associada ao desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). A declaração, baseada em trechos de uma notícia falsa, foi mais uma tentativa de espalhar a desinformação e o medo, contribuindo para o movimento antivacina. Por conta da afirmação falsa, Facebook e Instagram tiraram o vídeo da live do ar.

5. “No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.”

Em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, Bolsonaro apresentou diversos dados alterados ou mentirosos, dizendo respeito ao meio ambiente, economia, combate à pandemia e política brasileira. Uma das afirmações que mais repercutiram foi a de que o auxílio emergencial, concedido apesar da contrariedade do presidente, havia sido no valor de 800 dólares. 

6. “O Lula acabou de dizer que ele vai desarmar o povo. Inclusive, a esquerda fala que a gente não come arma, come feijão. Quando alguém invadir a tua casa, dê tiro de feijão nele.”

No ano em que o índice da fome voltou a assombrar o país, o presidente debochou das críticas da oposição quanto às prioridades do governante, que em agosto já havia feito uma afirmação no mesmo sentido: “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: Ah, tem que comprar é feijão. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”. 

7. “[A prova] começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém [precisa ficar] preocupado com aquelas questões absurdas do passado, de cair um tema de redação que não tinha nada a ver com nada.”

Outra grande polêmica, para além das falas de Bolsonaro, foi a revelação de que, em 2019, uma comissão montada pelo governo federal para avaliar as questões presentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) daquele ano pediu a exclusão de 66 perguntas, sem consultar a equipe técnica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em meio à controvérsia, o presidente afirmou que a prova finalmente estaria obedecendo aos interesses do governo, que rejeita o pensamento crítico e a abordagem de temas considerados “ideológicos”. 

8. “Eu já dei um bom dia muito especial para ela hoje. Acredite se quiser.”

Em novembro, durante o lançamento de um programa de combate à fome, o presidente da República constrangeu a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em frente aos presentes na ocasião, ao fazer uma piada de conotação sexual. Michelle ficou visivelmente consternada com a insinuação, e Bolsonaro demonstrou sua hipocrisia ao reiterar que homossexuais devem manter sua orientação sexual “entre quatro paredes”. 

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