‘Acho difícil’, diz Braga sobre federação entre Patriota e PSC

Existe uma articulação nacional, mas, em Goiás, os dois partidos estão de lados opostos

Postado em: 29-12-2021 às 08h20
Por: Marcelo Mariano
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Existe uma articulação nacional, mas, em Goiás, os dois partidos estão de lados opostos | Foto: Reprodução

O secretário-geral do diretório nacional do Patriota e presidente do partido em Goiás, Jorcelino Braga, afirma que são baixas as chances de vingar a federação partidária entre a legenda e o PSC.

À reportagem do jornal O Hoje, Braga confirma que o Patriota foi procurado pelo ex-senador e presidente nacional em exercício do PSC, Marcondes Gadelha, da Paraíba, com o objetivo de formar uma federação partidária com o Patriota. 

O Congresso Nacional, vale lembrar, derrubou, no final de setembro, o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) às federações partidárias, que, com isso, passam a valer já nas eleições do ano que vem.

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Em geral, uma federação partidária, vista como um mecanismo para ajudar partidos pequenos a sobreviveram, tem três objetivos. Primeiro, eleger mais deputados. Segundo, atingir a cláusula de desempenho para ter acesso aos recursos do fundo partidário. Por fim, evitar fusões entre legendas.

Há, no entanto, algumas exigências, como união por pelo menos quatro anos e programa e estatuto unificados. Além disso, os partidos que deixarem as federações antes do prazo determinado podem ser punidos.

O fato de as legendas precisarem atuar em conjunto por no mínimo quatro anos é uma das principais diferenças entre as federações partidárias e as coligações, que duravam oficialmente apenas durante as eleições e não estão mais permitidas.

Verticalidade

Uma outra diferença importante é a questão da verticalidade. No caso das federações partidárias, o que for decidido a nível nacional tem que ser cumprido também a nível estadual, ou seja, é necessário 100% de afinidade.

Em Goiás, Patriota e PSC estão de lados opostos, como lembra Braga. “O Patriota tem candidato a governador, que é o Jânio Darrot”, frisa o presidente estadual do partido. “Portanto, é oposição ao atual governo.”

Enquanto isso, o PSC faz parte da base do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), embora alguns membros, nos bastidores, tenham demonstrado insatisfação com o anúncio do presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, como candidato a vice de Caiado em 2022.

Na avaliação de Braga, a formação de chapas para deputados federais em Goiás é um outro empecilho. “Acho difícil uma federação com o PSC, pois temos uma chapa de federais em formação, e o que foi apalavrado com os nossos pré-candidatos é que não teremos na chapa nenhum candidato com mandato, somente o Alcides Rodrigues.”

O PSC, por sua vez, tem o deputado federal Glaustin da Fokus, que tentará a reeleição e, por isso, pode atrapalhar os planos do Patriota de lançar uma chapa para a Câmara dos Deputados com apenas um candidato com mandato.

Na Assembleia Legislativa, os partidos também têm um parlamentar cada: Amauri Ribeiro, do Patriota, e Henrique César, do PSC, que, a propósito, foi o deputado estadual mais votado no pleito de 2018.

Outras federações

As dificuldades para manter alianças coesas em todos os estados tendem a atrapalhar a possibilidade de muitas federações partidárias. No momento, a que parece mais próxima de se concretizar é a que teria PT, PSB, PCdoB, PV e, eventualmente, PSOL e Rede, legendas que são ideologicamente mais parecidas.

A princípio, o PSB goiano, presidido pelo deputado federal Elias Vaz, gostaria de apoiar o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), para o governo estadual, mas não tem resistência em estar no mesmo palanque do governadoriável petista, o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Wolmir Amado.

Outra possível federação partidária cuja articulação nacional tem avançado envolve PSDB e Cidadania. Porém, a situação em Goiás, de novo, apresentaria problemas, já que o presidente estadual do Cidadania, Lincoln Tejota, é o vice-governador, e o PSDB faz parte da oposição caiadista.

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