Câmara aprova texto-base da MP que cria a Taxa de Longo Prazo

Pelo texto aprovado, a nova taxa será anunciada a cada mês e também incidirá sobre os recursos do Fundo de Participação PIS-Pasep, do FAT e do Fundo da Marinha Mercante

Postado em: 24-08-2017 às 15h20
Por: Victor Pimenta
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Pelo texto aprovado, a nova taxa será anunciada a cada mês e também incidirá sobre os recursos do Fundo de Participação PIS-Pasep, do FAT e do Fundo da Marinha Mercante

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em votação
simbólica, o texto-base da Medida Provisória (MP) 777/2017, que institui a Taxa
de Longo Prazo (TLP) para os contratos firmados com o Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a partir de janeiro de 2018. Os
deputados ainda devem analisar os destaques ou sugestões de mudanças no texto
da medida.

Pelo texto aprovado, a nova taxa será anunciada a cada mês e
também incidirá sobre os recursos do Fundo de Participação PIS-Pasep, do Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo da Marinha Mercante.

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A composição da TLP será feita pela variação do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pela taxa de juros prefixada
das Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) vigente no momento da contratação do
financiamento.

Com a aprovação da MP, fica vedada a contratação de operações
tendo a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) como referência, com exceção dos
contratos de financiamento para projetos de infraestrutura com edital publicado
até 31 de dezembro de 2017, entre outras operações já firmadas até o fim deste
ano.

A MP foi enviada pelo governo sob o argumento de que a nova
taxa pode corrigir os contratos do BNDES, reduzir o custo dos juros para
democratizar o crédito e controlar a inflação.

“A verdade é que o investimento no país não aumentou [com a
TJLP]. O dinheiro do trabalhador foi parar nas grandes empresas e foi dividido
na participação dos lucros daqueles que são sócios dos grupos econômicos. Por
meio dessa MP, vamos corrigir essa distorção e o BNDES vai se voltar para os
projetos de mais qualidade, que geram emprego e que têm impacto social”, disse
o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), relator da proposta.

A medida passou no plenário da Câmara apesar da obstrução dos
partidos de oposição. Os líderes oposicionistas argumentam que a nova taxa não
trará impacto econômico positivo e poderá promover retrocesso em conquistas de
anos anteriores.

“Não é verdade que a TJLP beneficiou apenas os campeões (…).
A TJLP foi usada em vários tipos de financiamentos, à grandes empresas, à média
e pequenas e ao setor publico. Foi a TJLP que garantiu o desenvolvimento da
indústria e de diversos setores nos últimos anos, como a hotelaria. Só tem
sentido ter o BNDES se ele tiver trabalhado com taxas de juros mais favorecidos
para investimentos de longo prazo”, declarou o líder do PT, deputado Carlos
Zarattini (SP).

A MP ainda precisa passar pelo plenário do Senado até o dia 7
de setembro, quando perde a validade. 

Agência Brasil

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