O ano do pleito chegou

É dada a partida para quem quiser ocupar cargos públicos, mas o cenário, incerto, ainda atrai muita curiosidade

Postado em: 01-01-2022 às 06h40
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: O ano do pleito chegou
É dada a partida para quem quiser ocupar cargos públicos, mas o cenário, incerto, ainda atrai muita curiosidade | Foto: reprodução

Já é 2022, o ano em que eleitores vão às urnas pela 12° vez desde a redemocratização, em 1989, para escolher um novo governador em Goiás ou dar a chance de Ronaldo Caiado (DEM) ficar mais quatro anos na Casa Verde. No cardápio eleitoral, os eleitores também poderão escolher o presidente, senador (existe apenas uma vaga em Goiás), deputados estaduais (41) e federais (17). 

Os desafios são enormes. Levantamento feito pelo jornal O Hoje com a percepção dos pré-candidatos ao governo entre as 27 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal (DF), Goiás é o terceiro com mais pré-candidatos ao Palácio Pedro Ludovico no pleito deste ano. Até o momento, sete nomes pleiteiam o cargo. 

O principal interessado em convencer o goiano, o atual governador Ronaldo Caiado, tem como mais explícito oponente o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido). Em 2021, o jornal traçou o perfil de todas as estratégias de ambos os políticos para a trilha rumo ao Palácio das Esmeraldas. 

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Reportagens de Marcelo Mariano, Felipe Cardozo e Raphael Bezerra trouxeram, dia a dia, os bastidores do cotidiano político que entremeiam o que todos vamos ver em outubro. Venceslau Pimentel na coluna Xadrez e o editor do jornal O Hoje, Wilson Silvestre – em análises no Hoje News, no You Tube – deram pistas e, com fontes que apenas eles têm na cobertura política, também conduziram o debate. E é este time que deverá, num ano fundamental, acompanhar outros nomes que almejam derrotar seja Caiado ou Mendanha.  

Seguem na lista o ex-prefeito de Trindade, o empresário Jânio Darrot (Patriota), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Outro nome que deve postular o cargo é o ex-prefeito de Senador Canedo e atual senador Vanderlan Cardoso (PSD). E, nas últimas pesquisas, ainda sem muita pungência, o deputado federal bolsonarista Vitor Hugo (de saída do PSL) e o professor e ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Wolmir Amado (PT).

Um dos homens mais procurados por políticos nas últimas décadas para fazer campanhas eleitorais, Hamilton Carneiro, explica que o cenário, recente, ainda não define muita coisa, pelo menos em Goiás. Carneiro coordenou 39 campanhas majoritárias e tantas outras proporcionais. Fez para governador de Iris e Maguito. No Distrito Federal, fez de Joaquim Roriz, em 2014. Fez também Jerônimo Santana, em Rondônia. Também em Goiás, fez de Henrique Santillo. “Para a prefeitura, fizemos Nion Albernaz”, lembra ele, com o entusiasmo típico dele, um dos grandes entusiastas da cultura, histórica e da política goiana. 

Pois bem. Uma apresentação simples, para o homem que não cabe numa biografia, apenas para dar ao leitor a dimensão do que este homem é, e o que ele diz pode, sim, se tornar realidade. “Quando se pergunta quem deve vencer a eleição complica. Os números das pesquisas advém do momento atual. O governador Ronaldo Caiado, por exemplo, está em exposição desde 2018 quando começou sua campanha e mais esses anos de governo. O Gustavo Mendanha, o adversário mais próximo, por ser prefeito de Aparecida tem uma certa exposição, mas ele não é conhecido no interior.” 

Ele analisa que está cedo demais para dar pitaco. “Vai ser uma disputa muito interessante”, acrescenta, antes de dar um panorama sobre como serão as estratégias eleitorais em tempos de pós-pandemia, em meio à efervescência virtual. “Nenhuma eleição é igual à outra. O eleitor muda, ele passa a ser mais exigente. Ou ele é mais decidido ou é mais decepcionado”, aponta.

Para ele, Caiado vai ter de fazer uma campanha diferente daquela em 2018. O mesmo desafio deverá enfrentar Gustavo Mendanha, que, geograficamente, conversou com um público que já o conhecia por ter sido vereador duas vezes e, claro, ter caminhado com Maguito Vilela. 

Diariamente o cientista social Jones Matos, ao lado do radialista e apresentador de televisão, Messias da Gente, com acidez, dá pitacos no Jornal da Terra. Leitor voraz não apenas de livros e jornais, mas também do discurso dos políticos que surgem diariamente, ele diz ao jornal O Hoje. Semelhantemente ao Hamilton Carneiro, Jones Matos já fez inúmeras campanhas eleitorais – a maioria municipal -, mas, dono da Cerrado Pesquisas, faz vários levantamentos para entender o cenário a fim de orientar os proponentes. 

“A eleição de 2022 dá uma certa expectativa. Vamos ver como vai ser o campo da oposição ao governo, que seria naturalmente o MDB, que, antecipou e se aliou ao Caiado, através do presidente Daniel Vilela”, destaca. 

A tendência, lembra Jones, o governador fez um bom trabalho ao trazer para a sua chapa o partido que seria o principal partido de oposição. “Pela capilaridade, MDB sempre conseguia concorrer, mas se aliou. Vamos ver se Gustavo vai se viabilizar, mas ainda é muito incerto. E o Partido dos Trabalhadores tenta também. É preciso, de qualquer forma, esperar”, analisa.

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