União Brasil deve ter chapa ‘congestionada’ para deputado

A União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, será um dos maiores partidos do Brasil e o maior de Goiás. Como resultado disso, porém, a chapa para deputado federal nas próximas eleições deve ficar “congestionada”, na avaliação de um membro da nova legenda.

Com a saída do deputado federal Vitor Hugo do PSL e sua iminente filiação ao PL do presidente Jair Bolsonaro, a União Brasil ficará com três parlamentares goianos com mandato na Câmara dos Deputados: Delegado Waldir, Zacharias Calil e Zé Mário.

Os dois primeiros, vale lembrar, são pré-candidatos ao Senado, mas, se ficarem sem espaço, o que é a tendência, ambos têm a reeleição como plano B. Zé Mário, por sua vez, mantém conversas com o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela. Contudo, de olho na manutenção de suas bases, a prioridade, no momento, parece ser ficar na União Brasil.

Nos bastidores, há otimistas que chegam a falar na eleição de até oito deputados federais da União Brasil. No entanto, como são 17 cadeiras em disputa, a expectativa mais realista é a de fazer quatro parlamentares, ainda assim um número superior aos objetivos de todos os outros partidos.

Em outras palavras, isso quer dizer que pode sobrar apenas uma vaga da União Brasil para quem não tem mandato, já que Delegado Waldir, Zacharias Calil e Zé Mário, caso sejam confirmados como candidatos à reeleição pela legenda, foram todos bem-votados no pleito de 2018 e, dessa forma, estão entre os favoritos.

Diante desse cenário, muitos políticos, pensando na viabilidade eleitoral, tendem a evitar a União Brasil. Um filiado ao PSL disse à reportagem que, antes do anúncio da fusão, estava otimista com a possibilidade de ser eleito deputado federal, mas, agora, trabalha com a hipótese de ingressar em um outro partido.

Segundo afirmou um palaciano, é provável que ocorra um movimento semelhante por parte de secretários estaduais que pretendem lançar candidatura, apesar de fazerem parte da gestão do governador Ronaldo Caiado, cotado para ser o presidente da União Brasil no estado.

São especulados como possíveis candidatos a deputado federal os seguintes auxiliares caiadistas: o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Renato de Castro.

Desses, Ismael Alexandrino e Pedro Sales são os mais animados, de acordo com comentários nos corredores dos andares mais altos do Palácio das Esmeraldas. Rodney Miranda ainda estaria em processo de avaliação, enquanto Renato de Castro quer mesmo ser candidato e só não sabe se será a deputado estadual ou federal.

Vale destacar que um ou outro pode se filiar ao União Brasil, mas não a maioria deles. Um dos destinos mais comentados é o MDB, menos para o presidente da Codego, que está insatisfeito com a presença de Daniel como candidato a vice na chapa de Caiado.

Atualmente, o MDB não tem representante na Câmara dos Deputados. Célio Silveira, do PSDB, está cada vez mais perto do emedebismo, como adiantou o jornal O Hoje no início de outubro. De qualquer forma, é quase certo que o partido de Daniel terá uma chapa de deputado federal mais acessível a quem não tem mandato do que a do União Brasil.

Por fim, no caso da Assembleia Legislativa, a situação não está tão congestionada, pois os três deputados estaduais do PSL, Delegado Humberto Teófilo, Major Araújo e Paulo Trabalho, deixarão o partido devido à fusão.

Entre os auxiliares de Caiado, o secretário de Governo, Ernesto Roller, o presidente das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO), Lineu Olímpio, e o assessor especial José Vitti têm interesse em concorrer a uma cadeira de deputado estadual. Entretanto, ainda é cedo para cravá-los na União Brasil.