Outras eleições em 2022, além da brasileira, para prestar atenção

Há votações agendas em pelo menos 25 países, muitos dos quais também passam por polarização política

Postado em: 10-01-2022 às 08h53
Por: Marcelo Mariano
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Há votações agendas em pelo menos 25 países, muitos dos quais também passam por polarização política | Foto: Adam Schultz/Official White House

Os rankings que medem a democracia pelo mundo, como o elaborado pela revista britânica The Economist, apontam para a infeliz tendência de que cada vez mais pessoas vivem em regimes autoritários.

Não são todos, portanto, que têm o direito de votar de forma livre e justa. Ainda assim, muitos o farão em 2022. Ao longo dos próximos 12 meses, há eleições nacionais e locais agendadas em pelo menos 25 países, alguns mais e outros menos democráticos, espalhados por diferentes continentes.

O Brasil é um deles. Marcadas pela polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT), o pleito brasileiro, sem dúvida, está entre os mais importantes que ocorrerão este ano.

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Porém, não será aqui que os eleitores enfrentarão grandes desafios nas urnas. Com base no subjetivo critério de relevância para o mundo e para o Brasil, o jornal O Hoje elaborou uma lista de outras cinco eleições para ficar de olho.

Colômbia

Na Colômbia, a reeleição não é permitida, mas, mesmo se fosse, o presidente direitista Iván Duque, com sua popularidade em baixa e tendo enfrentado grandes protestos contra a proposta de reforma tributária, dificilmente teria sucesso na votação de maio, com eventual segundo turno em junho e depois das eleições legislativas em março.

Ex-membro de uma guerrilha, ex-prefeito de Bogotá e atualmente senador, Gustavo Petro lidera as pesquisas e pode se tornar o primeiro presidente de esquerda da história do país, fortalecendo esse campo político na América do Sul, após as vitórias de Pedro Castillo, no Peru, e Gabriel Boric, no Chile, ambas em 2021.

França

Em abril, o centrista Emmanuel Macron tentará mais um mandato como presidente da França. Os seus principais adversários são Marine Le Pen, de extrema direita, Éric Zemmour, mais de extrema direita ainda, e Valérie Pécresse, de centro-direita.

Em um provável segundo turno, Macron, que acumula desentendimentos com Bolsonaro e recebeu Lula em Paris no final do ano passado, venceria Le Pen e Zemmour com alguma tranquilidade. Sua maior ameaça, no entanto, é Pécresse. De qualquer forma, o cenário indica que a França deve continuar sendo governada por um ou uma centrista.

Hungria

Primeiro-ministro da Hungria desde 2010, Viktor Orbán foi um dos pioneiros da recente onda populista de direita, antes mesmo de Donald Trump. Em abril, contudo, ele enfrentará o seu maior desafio eleitoral durante todo esse tempo.

Na Hungria, de quem Bolsonaro se aproximou apesar da pouca relação comercial com o Brasil, há uma crescente insatisfação de partes da classe política e da sociedade com Orban. Lá, a oposição, composta por representantes de diferentes ideologias, se uniu a favor de Péter Márki-Zay, prefeito de centro-direita de uma pequena cidade do interior. 

Filipinas

Outro nome desse populismo de direita é o do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que não pode concorrer à reeleição e lançou sua filha, Sara, como candidata a vice na chapa do ex-senador Bongbong Marcos, filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, no pleito marcado para maio.

Adversários criticam a tentativa de manutenção de famílias tradicionais no poder, mas, no momento, os dois são favoritos (vale dizer que, nas Filipinas, presidente e vice são eleitos separadamente). Rachada, a oposição, que conta até mesmo com o ex-boxeador e atual senador Manny Pacquiao, parece ter poucas chances. 

Estados Unidos

Por fim, em novembro, os Estados Unidos terão as eleições de meio de mandato, com todas as cadeiras da Câmara dos Representantes, equivalente no Brasil à Câmara dos Deputados, e parte das do Senado em jogo.

O Partido Democrata, do presidente Joe Biden, tende a perder a maioria na Câmara e corre o risco de não conseguir manter o controle do Senado. Se isso ocorrer, ele terá mais dificuldades nos seus dois últimos anos de mandato, o que fortalece os republicanos, ainda liderados por Trump, para a corrida presidencial de 2024.

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