Joesley Batista e Ricardo Saud colocam passaportes à disposição da Justiça

Os dois podem perder a imunidade penal que receberam no acordo de delação premiada

Postado em: 09-09-2017 às 11h00
Por: Victor Pimenta
Imagem Ilustrando a Notícia: Joesley Batista e Ricardo Saud colocam passaportes à disposição da Justiça
Os dois podem perder a imunidade penal que receberam no acordo de delação premiada

O executivo Ricardo Saud, do grupo empresarial J&F, e o empresário Joesley Batista pediram para serem ouvidos antes do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir sobre o pedido de prisão contra os dois protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta sexta-feira (8). Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, os clientes colocaram seus passaportes à disposição do Supremo. O pedido para que sejam ouvidos foi feito ainda na sexta-feira a Fachin. 

Joesley e Saud podem perder a imunidade penal que receberam no acordo de delação premiada, após gravações feitas pelos dois levantarem suspeitas de que omitiram informações. O principal ponto são os indícios de que o ex-procurador da República Marcello Miller ajudou Joesley e Saud a produzir provas para obter o acordo com Janot.  

Continua após a publicidade

Além de Saud e Joesley, Marcello Miller também é alvo de pedido de prisão de Janot. Miller foi ouvido nesta sexta-feira num depoimento que durou cerca de dez horas. Joesley foi ouvido na quarta-feira (6) na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. Ele negou ter sido assistido por Miller para fazer a delação premiada.  

O áudio, entregue pela própria empresa em meio a outras gravações, levou Janot a pedir a prisão dos dois e de Miller. Com isso, o acordo de delação pode ser rescindido. 

No próprio acordo, há cláusulas que preveem a rescisão, no caso de o delator mentir ou omitir informações, por exemplo. Se cancelada a delação por culpa do colaborador, está previsto que as provas obtidas, inclusive por meio de depoimentos, continuam válidas. Essa é uma questão jurídica que deve ser analisada no Supremo. 

Com informações d’O Globo. (Foto: Reprodução) 

Veja Também