Janot diz que Joesley e Saud reconheceram que há áudios que não foram entregues

Acusados se entregaram à Polícia Federal e estão sendo transferidos para Brasília. Prisão é temporária

Postado em: 11-09-2017 às 15h20
Por: Victor Pimenta
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Acusados se entregaram à Polícia Federal e estão sendo transferidos para Brasília. Prisão é temporária

O empresário Joesley Batista e o executivo da JBS Ricardo
Saud reconheceram em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República
(PGR) que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues
no acordo de delação premiada, negociado com a PGR.

A informação está na íntegra do pedido de prisão dos
investigados feito pela procuradoria ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aceito
pelo ministro Edson Fachin.

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No entendimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, ao que
tudo indica, a omissão de fatos nos depoimentos de delação foi intencional. “Instados
a comparecer a Procuradoria-Geral da República no dia 07/09/2017, os
colaboradores foram evasivos, deixaram de apresentar fatos importantes e
levantaram explicações confusas. Outrossim, reconheceram que há informações e
áudios não entregues”.

Joesley e Saud foram convocados a prestar depoimento na
semana passada após a PGR abrir investigação para avaliar a omissão de
informações nas negociações das delações. Janot explicou que um áudio entregue
pelos advogados da JBS narra supostos crimes que teriam sido omitidos.  A gravação foi entregue, por descuido dos
advogados, como uma nova etapa do acordo.

A prisão dos acusados é temporária e tem duração de cinco
dias.  Eles se entregaram à Polícia
Federal e estão sendo transferidos para Brasília no avião da corporação.

Outro lado

O advogado de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay, divulgou uma nota afirmando que os delatores cumpriram
rigorosamente tudo o que lhes era imposto ao assinarem o acordo de delação
premiada.

“Não pode o Dr. Janot [Rodrigo Janot, procurador-geral da
República] agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi
descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à
disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara a descrença e a
falta de credibilidade do instituto da delação”, disse o advogado, em defesa da
revisão do uso do instituto de delação premiada. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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