Cenário sem Gustavo Mendanha e com Marconi Perillo é positivo para Ronaldo Caiado

Enquanto o prefeito de Aparecida de Goiânia estaria se mostrando desanimado, tucanos apostam na candidatura do ex-governador

Postado em: 17-01-2022 às 07h47
Por: Marcelo Mariano
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Enquanto o prefeito de Aparecida de Goiânia estaria se mostrando desanimado, tucanos apostam na candidatura do ex-governador | Foto: Reprodução

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), não só é pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, como também aparece em segundo lugar nas pesquisas internas, com cerca de 10% de diferença para o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), que tentará a reeleição.

Em outras palavras, Mendanha é, até o momento, o principal nome de oposição. Pessoas próximas ao prefeito de Aparecida de Goiânia, no entanto, têm demonstrado um pouco de desânimo, já que ele não está com o mesmo pique de 2021, conforme mostrou a coluna Xadrez no dia 10 de janeiro.

A reportagem do jornal Hoje apurou que dois motivos explicam essa situação. O primeiro diz respeito à questão partidária. Desde que deixou o MDB no final de setembro do ano passado por não concordar com a aliança da sigla com Caiado, Mendanha busca um novo abrigo para viabilizar sua candidatura, e a demora tem gerado certa impaciência. 

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Na verdade, o prefeito de Aparecida de Goiânia até tem muitas opções, como Podemos, PL, Republicanos e Pros, para citar apenas algumas das legendas com as quais ele mantém diálogo. O problema é que, além de precisar de uma estrutura com peso considerável, Mendanha quer evitar se envolver na disputa presidencial.

Portanto, uma vez que a maioria dos partidos no seu radar tem candidato a presidente ou deve apoiar um nome específico, a tendência é a de que a definição fique somente para depois que o cenário nacional estiver totalmente desenhado.

A janela partidária, período em que os candidatos nas próximas eleições podem trocar de partido, termina no início de abril. Logo, para dar tempo de Mendanha acomodar seus aliados na legenda que escolher, a filiação caminha para ocorrer só em março.

O outro motivo que explica o desânimo de Mendanha é que a diferença para Caiado de aproximadamente 10% nas pesquisas não se alterou em momento algum, ao contrário da expectativa compartilhada por mendanhistas.

Mendanha ainda está formando um grupo próprio e essa realidade pode mudar, a depender do sucesso que obtiver nas articulações. Porém, a leitura é a de que, se quiser chegar às vésperas da campanha com mais chances, ele já deveria ter começado a crescer. 

Dessa forma, as especulações de bastidores apontam para um cenário – hipotético, mas longe de poder ser descartado – sem a presença do prefeito de Aparecida de Goiânia e com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) liderando a oposição.

No dia 12 de janeiro, a coluna Xadrez mostrou que tucanos graúdos estão animados com o início de ano tímido de Mendanha. Na avaliação deles, isso significa que o caminho fica mais aberto para Marconi.

O PSDB não esconde de ninguém o desejo de lançar candidatura ao Palácio das Esmeraldas. Se será Marconi ou não, é outra história. Vale lembrar, contudo, que o ex-governador, mesmo sem cargo há quase quatro anos, ainda tem desgaste e é o governadoriável com a maior rejeição.

Além disso, caiadistas enxergam que, sem Mendanha e com Marconi, o atual governador sairia em vantagem porque teria um adversário cujos pontos fracos conhece melhor e, por isso, as críticas seriam mais bem-fundamentadas.

Por fim, há quem acredite que o mendanhismo estimule a candidatura de Marconi com o argumento de que, assim, cresceria a possibilidade de segundo turno, mas com uma estratégia de pano de fundo: fazer com que Caiado e o tucano se preocupem um com o outro, enquanto o prefeito de Aparecida de Goiânia corre por fora.

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