Prefeito de Aparecida de Goiânia Mendanha ainda não achou um partido para se filiar?

Prefeito de Aparecida de Goiânia tem pelo menos oito opções, mas os desafios para tomar a decisão não são tão simples

Postado em: 20-01-2022 às 08h45
Por: Marcelo Mariano
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Prefeito de Aparecida de Goiânia tem pelo menos oito opções, mas os desafios para tomar a decisão não são tão simples | Foto: Reprodução

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, está sem partido desde que deixou o MDB, no final de setembro do ano passado, por discordar da aliança que definiu o presidente estadual da sigla, Daniel Vilela, como vice na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) nas próximas eleições.

Pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas pela oposição, Mendanha precisa encontrar um outro abrigo até o dia 2 de abril, quando se encerra a janela partidária. Já era esperado que a decisão não fosse tomada em 2021, mas se imaginava que, no início de 2022, o caminho estivesse mais claro.

A realidade, porém, é outra. Em um primeiro momento, falou-se sobre a filiação em fevereiro. Agora, pessoas próximas ao prefeito de Aparecida de Goiânia estimam que esse passo só será dado em março, com pouco tempo para Mendanha acomodar seus aliados na nova legenda.

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Por que, afinal, ele ainda não se filiou a algum partido? Ao todo, há pelo menos oito opções. Contudo, os desafios de cada uma delas não são tão simples. Para tentar explicar os motivos da demora, que tem incomodado o mendanhismo, o jornal O Hoje buscou contextualizar as diferentes possibilidades.

Primeiro, o Podemos, presidido em Goiás pelo deputado federal José Nelto, da base caiadista e que tem o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro na disputa pelo Palácio do Planalto, assunto que Mendanha gostaria de evitar o máximo possível.

A articulação do prefeito de Aparecida de Goiânia com o Podemos se dá a nível nacional. O objetivo seria isolar Nelto, mas, para isso, é necessário que o governadoriável tenha certeza se realmente quer estar no mesmo palanque de Moro.

Situação semelhante ocorre com o PL, de Jair Bolsonaro. Nesse caso, Mendanha até tem o apoio da cúpula do partido em Goiás. O problema, além da questão sobre se envolver com o cenário nacional, é que o presidente quer lançar a candidatura do deputado federal Vitor Hugo (de saída do PSL), seu principal aliado no estado.

O prefeito de Aparecida de Goiânia também mantém diálogo com o Republicanos, legenda que tende a caminhar ao lado de Bolsonaro em sua tentativa de reeleição. Outro ponto que atrapalha é a indecisão em relação a estar ou não na base de Caiado.

O PSB é mais uma alternativa. Presidente estadual da sigla, o deputado federal Elias Vaz já abriu as portas para Mendanha. Aqui, o fator nacional, de novo, exerce influência, já que o partido deve estar em uma federação com o PT do ex-presidente Lula.

Há, ainda, o PSDB, com o desejo de ter candidatura própria e integrante da oposição caiadista junto com o prefeito de Aparecida de Goiânia, que, a propósito, tem se aproveitado de bases tucanas no interior para tornar seu nome mais conhecido.

No entanto, Mendanha não demonstra muito interesse em se associar ao ex-governador Marconi Perillo devido à sua rejeição. Além disso, em Goiás, o PSDB sempre foi antagônico ao MDB, de onde saiu justamente com a crítica de que a legenda estava unindo forças com o caiadismo, outro adversário do emedebismo. 

Também vale registrar o caso do Patriota, que tem Jânio Darrot, ex-prefeito de Trindade, como governadoriável. Sua campanha está com dificuldades para decolar, o que faz crescer as especulações de que ele deixaria a disputa pelo Palácio das Esmeraldas para tentar uma cadeira de deputado federal.

Nos bastidores, sabe-se que Mendanha tem uma boa relação com o marqueteiro Jorcelino Braga, presidente do Patriota no estado e secretário-geral do diretório nacional, o que pode facilitar a filiação do prefeito de Aparecida de Goiânia na eventualidade de desistência de Darrot.

Por fim, Pros e PTC, dois partidos pequenos que não apresentam resistência a Mendanha, mas sem uma estrutura adequada, da qual um candidato a governador precisa para obter sucesso na campanha.

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