Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Políticos goianos veem com apreensão exigência de vacinação para eleições

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, porém, já deu como “sem fundamento” a discussão. Em enquete, leitores do O Hoje nas redes sociais foram maioria a favor

Postado em: 22-01-2022 às 08h17
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: Políticos goianos veem com apreensão exigência de vacinação para eleições
O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, porém, já deu como “sem fundamento” a discussão. Em enquete, leitores do O Hoje nas redes sociais foram maioria a favor | Foto: reprodução

Durante a semana, o assunto sobre a exigência de um “passaporte de vacinação” contra Covid-19 para que as pessoas pudessem votar na eleição deste ano acabou sendo divulgado pela imprensa e na internet. Causando polêmica, o tema acabou sendo “apaziguado” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que divulgou nota nesta última quinta-feira, 20, em que diz que “não há qualquer definição sobre o assunto”. O próprio presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reiterou não há nenhuma cogitação da Justiça Eleitoral sobre o tema. Para ele, a afirmação de que seria necessário apresentar o comprovante de vacinação “simplesmente não tem qualquer fundamento”.

Apesar disso, caso o tema fosse discutido e levado adiante, a reportagem procurou alguns políticos para saberem o que pensam a respeito. Um dos entrevistas, senador Jorge Kajuru (Podemos), afirmou que é precipitada a discussão a nove meses da eleição. “Precisamos esperar mais um pouco para ver se a pandemia arrefece, ou não. Mas se for preciso adotar o passaporte, isso não será um transtorno, afinal pesquisa Datafolha mostra que 81% dos brasileiros são a favor da exigência do passaporte para liberar o ingresso em locais fechados”, disse o parlamentar, lembrando que o TSE garantiu que, se for adotar eventuais medidas para garantir a segurança sanitária durante as eleições de outubro, isso será feito depois de ouvidos os especialistas e mediante ampla divulgação. “É o que os brasileiros esperam e merecem”, concluiu.

O também senador, Luiz Carlos do Carmo (MDB), disse que é contra. “Caso uma medida como essa seja tomada pelo STE, com aval do STF, será em primeiro lugar, na minha visão o mesmo que rasgar a constituição, mais uma vez. E como cidadão e um defensor da liberdade, entendo ser um afronte a nossa democracia. Proibir que um eleitor vote será o mesmo que declarar que estamos entrando de fato em uma ditadura do judiciário”, afirmou.

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O deputado federal Delegado Waldir (União Brasil) também respondeu à reportagem e afirmou ser a favor da exigência. “Acho que é uma exigência válida. Se chegar uma matéria sobre o assunto no Congresso, tem meu total apoio. Eu inclusive defendo a vacinação de todos, das crianças também, seja quantas doses forem. Sobre as eleições, temos que proteger os mesários, aqueles que vão trabalhar e, acima de tudo, proteger a vida do cidadão brasileiro”, garantiu.

Enquete

Em uma enquete divulgada nas redes sociais do O Hoje, com a pergunta: “você é a favor da exigência do passaporte da vacina para votar nas eleições deste ano?”, 69% dos mais de 2 mil leitores que responderam, afirmaram que preferem pela exigência, enquanto 31% clicaram em não, portanto, foram contra.

TSE

Ainda sobre o texto divulgado pelo TSE, Barroso explica que o colegiado ainda não se reuniu para definir o protocolo sanitário a ser adotado nas eleições deste ano. O presidente da Corte eleitoral enfatiza que, “na ocasião própria, com a consultoria de especialistas, como foi feito em 2020, serão tomadas as medidas sanitárias que vierem a ser recomendadas”.

Na eleição municipal de 2020, a primeira realizada em meio à pandemia, o plano de segurança sanitário só foi divulgado em setembro, quando faltavam cerca de dois meses para o dia da votação. O TSE finaliza a nota divulgada, ontem, com a mensagem de que, assim que for estabelecido o procedimento para as eleições deste ano, as informações serão amplamente divulgadas.

“Nas últimas eleições, para conter a disseminação da covid-19, o TSE ouviu diversos médicos, cientistas e autoridades em saúde antes de adotar o protocolo para que os cidadãos pudessem exercer o direito ao voto e escolher prefeitos e vereadores nos 5.567 municípios brasileiros”, afirmou o TSE.

O surto de casos com a chegada da variante ômicron ao país colocou as autoridades em alerta sobre a realização de grandes eventos neste ano, como o carnaval de rua, que foi cancelado em quase todas as capitais. Apesar dos níveis alarmantes de contaminação, a ampla cobertura vacinal e os nove meses restantes até as eleições dão margem para o TSE avaliar os riscos que estarão presentes neste ano.

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