Entenda o que significa a filiação de Vilmar Mariano ao Podemos

Vice-prefeito de Aparecida de Goiânia assumiu o comando do partido que fazia parte da base caiadista

Postado em: 22-01-2022 às 08h24
Por: Marcelo Mariano
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Vice-prefeito de Aparecida de Goiânia assumiu o comando do partido que fazia parte da base caiadista | Foto: reprodução

O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, frequentemente chamado de Vilmarzinho, anunciou em suas redes sociais a troca do MDB pelo Podemos, o que mexeu com o tabuleiro político das próximas eleições.

“Assumo hoje [20 de janeiro] a comissão provisória do Podemos em Goiás, com a responsabilidade de fomentar a boa política em prol dos goianos”, escreveu Vilmarzinho, referindo-se, ainda, à responsabilidade de construir chapas competitivas para deputado estadual e federal.

O texto publicado pelo vice-prefeito de Aparecida de Goiânia também deixou claro qual será o novo posicionamento do Podemos a partir de agora: “Com a mudança, o partido sai da base do atual governo”.

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Antes da chegada de Vilmarzinho, o Podemos era comandado pelo deputado federal José Nelto, da base do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil). O parlamentar, dessa forma, tende a trocar de legenda. No momento, o MDB e a União Brasil são as opções mais cotadas.

A saída de Nelto deve influenciar prefeitos do Podemos, que administra 18 municípios goianos, ligados ao deputado federal, inclusive de cidades importantes do ponto de vista eleitoral, como Águas Lindas de Goiás (Dr. Lucas Antonietti), Catalão (Adib Elias) e Formosa (Gustavo Franco).

Vilmarzinho também escreveu que o seu partido apoiará o projeto de candidatura ao governo estadual do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que, até agora, desponta como o principal nome da oposição, com cerca de 10% atrás de Caiado nas pesquisas internas.

No final de setembro do ano passado, Mendanha deixou o MDB por não concordar com a aliança que definiu o presidente estadual da legenda, Daniel Vilela, como candidato a vice na chapa do atual governador e, desde então, tem buscado um novo refúgio para se viabilizar como candidato ao Palácio das Esmeraldas.

O Podemos sempre teve entre uma das possibilidades do prefeito de Aparecida de Goiânia, ao lado do PL, cujo presidente do diretório goiano, Flávio Canedo, afirma que ele tem “99,9%” de chances de se filiar à sigla.

Com Vilmarzinho no Podemos, o primeiro pensamento talvez seja o de que Mendanha pode seguir o mesmo caminho. De fato, essa é uma forte tendência, mas a única certeza, por ora, é a de que o partido estará ao seu lado, e não necessariamente com ele filiado.

A decisão dificilmente será tomada antes de março, de acordo com estimativas de pessoas próximas ao governadoriável. Vale lembrar que o prazo final da janela partidária, período em que candidatos nas eleições de outubro têm a troca de partido permitida, se encerra no dia 2 de abril.

Um outro assunto relevante é a relação entre Mendanha e Vilmarzinho. Há alguns meses, ela estava estremecida, a ponto de o prefeito de Aparecida de Goiânia articular a antecipação da reeleição de André Fortaleza (MDB), seu aliado, como presidente da Câmara Municipal a fim de manter sua influência de alguma maneira.

Ao que tudo indica, os dois, hoje, voltaram a se dar bem. Tanto é que Vilmarzinho, antes mesmo de assumir o comando da cidade com a saída de Mendanha para disputar o governo, já passou a fazer indicações para cargos do primeiro escalão.

Por fim, a questão nacional. O Podemos tem o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro como candidato a presidente. Em um primeiro momento, Mendanha gostaria de focar em Goiás e evitar ao máximo a corrida pelo Palácio do Planalto.

No entanto, quando Moro vier fazer campanha em Goiás, pode-se dizer que seu palanque contará com medanhistas. Se o próprio Mendanha também estará presente, ainda é cedo para cravar.

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