Deputadas buscam mais visibilidade feminina na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás

O projeto nº 782/19, esquecida pela Alego, propõe a criação de uma Procuradoria da Mulher no Parlamento

Postado em: 31-01-2022 às 15h21
Por: Augusto Sobrinho
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O projeto nº 782/19, esquecida pela Alego, propõe a criação de uma Procuradoria da Mulher no Parlamento | Foto: Reprodução

As deputadas Delegada Adriana Accorsi (PT) e Lêda Borges (PSDB) propuseram, nesta segunda-feira (31/01), à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), a criação de uma Procuradoria da Mulher no Parlamento goiano. Apesar de já terem um primeiro projeto arquivado, as parlamentares tentam novamente modificar o Regimento Interno da Alego com o objetivo de dar mais voz às mulheres na política.

“Apesar de as mulheres terem conquistado espaço em muitas áreas, a cena política continua predominantemente masculina. A criação de uma procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, busca primordialmente garantir maior representatividade, visibilidade e destaque às mulheres na política”, afirmam as parlamentares na justificativa do projeto.

A proposição nº 782/19, foi protocolada no dia 26 de fevereiro de 2019 e, após tramitação na casa, aguarda desde o dia 04 de dezembro de 2019 votação nominal, em primeiro turno, pelo Plenário da Casa de Leis. Por isso, Lêda e Adriana retomaram a pauta às vésperas da inauguração do novo Prédio da Assembleia, que ocorre junto ao retorno dos trabalhos do deputados em 2022.

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“Vamos aproveitar que iremos para uma casa nova, com ideias novas e modernas, olhando a mulher como uma agente de transformação. Precisamos de leis que nos ouça nas horas mais vulneráveis, já que estamos em um País que mata e violenta muitas mulheres. A Câmara Municipal já criou uma Ouvidoria da Mulher, que está em pleno funcionamento. Essa Casa precisa avançar nesse quesito”, defendeu a líder tucana.

O debate levantado torna-se especialmente relevante nesse ano, em razão do novo período eleitoral que se aproxima. Embora sejam maioria da população e do eleitorado, as mulheres conquistaram, nas últimas eleições de 2020, a prefeitura em 33 cidades goianas. O número representa apenas 14,2% dos 246 municípios do estado. No Legislativo de Goiás, elas representam apenas 5% dos deputados eleitos.

“Só seremos um estado e um País com uma representação que condiga com a realidade da nossa sociedade se investirmos nas políticas de gênero e no fortalecimento dos papéis do Legislativo de debater, legislar e fiscalizar”, frisam as deputadas, na justificativa da proposição. 

Segundo proposta originalmente apresentada pelas deputadas Adriana Accorsi e Lêda Borges, o novo órgão deverá ser criado mediante adição de capítulo intitulado “Da Procuradoria Especial da Mulher”, a ser acrescido à parte do Regimento Interno que trata da estrutura organizacional do Poder Legislativo goiano. Nos três artigos listados, estão descritas a composição e as atribuições do departamento citado. 

O órgão será representado, preferencialmente, por três deputadas mulheres, que assumirão o papel de procuradoras, sendo duas delas adjuntas. O projeto determina que a indicação dessa composição seja nomeada pelo presidente da Assembleia Legislativa, a cada dois anos, no início da sessão legislativa. Deputados homens poderão assumir cargos na nova Procuradoria apenas em caso de ausência de deputadas eleitas na Legislatura vigente.

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