Em tom eleitoreiro, Guedes defende redução do IPI e ICMS para eletrodomésticos e diesel
Em tom eleitoreiro, Guedes cogitou a redução do IPI sobre produtos como fogões, geladeiras e máquinas de lavar, a fim de beneficiar "os mais frágeis".
Por: Ícaro Gonçalves
Assim como já adiantado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia Paulo Guedes reforçou nos últimos que pretende reduzir as taxas cobradas pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O anúncio tem sido visto como uma estratégia para acalmar os ânimos populares, já pensando na eleições de outubro deste ano.
Na avaliação de Guedes, essa será uma forma de distribuir o aumento da arrecadação federal, que bateu recorde em 2021, além de compensar o atraso da reforma tributária. A declaração gerou preocupação entre especialistas em contas públicas, que alertam para a falta de espaço fiscal para a medida.
Segundo o ministro, “a arrecadação subiu quase R$ 300 bilhões no ano passado, sendo mais de R$ 100 bilhões em caráter permanente”. “O aumento da arrecadação estrutural não vai ficar nas mãos de um Estado obeso. Vai beneficiar o consumidor. O Brasil vai ser uma economia de mercado, com consumo de massa”, disse Guedes, em evento virtual do Credit Suisse.
Redução de IPI e PEC dos Combustíveis
Guedes cogitou a redução do IPI sobre vários produtos, como fogões, geladeiras e máquinas de lavar, a fim de beneficiar “os mais frágeis”. Mas não deu detalhes da medida. Em tom eleitoreiro, disse, ainda, que é preciso “dar continuidade ao processo de transição” da política econômica prometida no início do governo.
Como outra proposta para redução de impostos, a PEC dos Combustíveis vem gerando polêmica, porque pode ter um impacto fiscal de R$ 70 bilhões — ou de R$ 200 bilhões se houver adesão dos estados para a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Guedes demonstrou ser favorável apenas à redução dos tributos sobre o diesel, que representam, hoje, uma receita de R$ 17 bilhões a R$ 18 bilhões por ano.