Governo Bolsonaro negou verba para construção de piscinões na região da Grande São Paulo

Dos cinco piscinões previstos, dois ficariam em Franco da Rocha, cidade com maior número de mortos em decorrência das recentes chuvas

Postado em: 02-02-2022 às 10h28
Por: Igor Afonso
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Dos cinco piscinões previstos, dois ficariam em Franco da Rocha, cidade com maior número de mortos em decorrência das recentes chuvas | Foto: Reprodução

A gestão Bolsonaro negou um pedido de verba feito pelo governo paulista para a construção de piscinões na Grande São Paulo. O pedido foi feito em fevereiro de 2020, quando a região foi atingida por fortes chuvas.

Agora, dois anos depois, a área voltou a ser atingida e, até o momento, ao menos 27 pessoas morreram por deslizamentos e desabamentos decorrentes da chuva.

Em documento com data de 13 de fevereiro de 2020, o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, escreveu que a rede de drenagem paulista “apesar de robusta, não está completa”. E enviou ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

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“E se faz urgente a sua expansão, em virtude da mudança no regime de chuvas que tem trazido volumes de água que extrapolam a capacidade de armazenamento e manutenção dos principais rios dentro dos seus respectivos leitos”, completou Penido.

Na época, foram solicitados cerca de R$ 381 milhões para cinco obras para reservatórios de detenção e controle de cheias nas cidades de Mauá, Franco da Rocha, Guarulhos e na capital. Em abril de 2020, a Secretaria Nacional de Saneamento (SNS), uma estrutura do ministério, disse que naquele momento não existia “dotação orçamentária disponível para novas seleções em virtude das restrições fiscais enfrentadas pelo governo federal”.

A secretaria deu ainda, como sugestão, a Lei Orçamentária Anual que poderia “destinar recursos para emendas parlamentares, por iniciativa dos congressitas”. Dos cinco piscinões previstos para serem construídos, dois ficaria em Franco da Rocha, cidade com maior número de mortos em decorrência das recentes chuvas.

Ao portal UOL, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que informou ao governo paulista que a SNS não possuía recursos naquele ano para novas seleções de projetos em decorrência das restrições enfrentadas pelo Governo Federal. “Vale destacar que os órgãos responsáveis pela elaboração e aprovação, respectivamente, da Lei Orçamentária Anual são os Ministério da Economia e o Congresso Nacional”, escreveu o ministério.

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