Lula diz que Alckmin ‘vale uma missa’ e seria um vice diferente de Temer; articulações da chapa continuam

Dilma comparou a aliança com ex-tucano à renúncia de rei à própria fé para ser coroado na França (Henrique 4°)

Postado em: 08-02-2022 às 17h24
Por: Alexandre Paes
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Dilma comparou a aliança com ex-tucano à renúncia de rei à própria fé para ser coroado na França (Henrique 4°) | Foto: Reprodução/Internet

Durante um conversa que ocorreu em 13 de janeiro, a ex-presidente Dilma Rousseff questionou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a valia de uma aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin pela Presidência da República. O assunto era sobre as articulações para que Alckmin venha a ocupar a vice de sua chapa para a corrida ao Palácio do Planalto.

Segundo relatos dados à Folha, Dilma lembrou a Lula a história de Henrique 4º, que abdicou ao protestantismo e se converteu ao catolicismo para ser coroado rei da França. Embora nominalmente reconhecido, Henrique 4º enfrentou resistência da Liga Católica, com forte influência em Paris, para ascender ao trono.

A Henrique 4º é atribuída a seguinte frase como justificativa: “Paris bem vale uma missa”. Após citar essa frase a Lula, Dilma perguntou a ele se, a exemplo de Paris, Alckmin valeria uma missa. Foi aí que Lula respondeu que sim.

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Nessa conversa, testemunhada pela presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, Dilma relembrou seu processo de impeachment, em 2016. Segundo relatos, o ex-presidente voltou a defender a necessidade de união nacional e disse que Alckmin não é igual a Temer.

Lula afirmou também que, se eleitos em uma chapa, Alckmin será chamado a participar ativamente da administração, assim como seu vice, José Alencar, teve relevância em seu governo (2003-2010). Temer reclamava de exercer papel figurativo no governo Dilma, tendo registrado essa queixa em carta.

No último sábado (5/2), Dilma publicou nas redes sociais o que chamou de observações sobre os rumores em torno de seu futuro político. Dilma disse que não se sente isolada dentro do PT. “Não adianta quererem fazer intriga entre mim e o presidente Lula. Nossa relação de confiança já foi testada inúmeras vezes e é inabalável”, publicou. A assessoria não comentou sobre o assunto.

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