Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Marconi Perillo pode facilitar reconstrução da bancada tucana em território goiano

Ter Marconi na disputa ao cargo de deputado federal traria mais conforto e segurança aos demais postulantes do partido. Porém, projeto pessoal pode falar mais alto, de maneira a colocar o ex-governador na corrida pelo senado ou até ao governo

Postado em: 09-02-2022 às 09h06
Por: Felipe Cardoso
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Ter Marconi na disputa ao cargo de deputado federal traria mais conforto e segurança aos demais postulantes do partido. Porém, projeto pessoal pode falar mais alto, de maneira a colocar o ex-governador na corrida pelo senado ou até ao governo | Foto: Reprodução

As eleições de 2022 se encontram cada vez mais próximas e o PSDB estuda a melhor forma de se reconstruir em território goiano. A estratégia é formar uma chapa forte capaz de eleger ampla bancada de deputados estaduais e federais. Para que esse plano prospere, algumas lideranças tucanas já deram início às conversações. 

Mas a missão, todos sabem, não será fácil. Desde 2018, o partido enfrenta uma série de baixas e amplo desgaste pelos quatro cantos do Estado. É fato que o pujante PSDB de anos atrás já não é mais o mesmo. Reconquistar seu espaço será, sem dúvidas, o principal desafio.

Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por exemplo, o partido contava –em um passado não muito distante– com dois grandes aliados: Talles Barreto (PSDB) e Francisco Oliveira (PSDB), ambos em debandada por caminharem agora com o governador Ronaldo Caiado (DEM).

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O democrata, por sinal, é o principal adversário político do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) que contava cegamente, à época em que tinha o poder em suas mãos, com a lealdade de Barreto e Oliveira. O último deles ocupou, inclusive, a liderança de Marconi na Casa de Leis enquanto o tucano ainda governava.

O cenário a nível federal também não é muito otimista – para não dizer nada otimista. O deputado Célio Silveira, único representante tucano na Câmara, também está de partida. Ao que tudo indica, muito em breve Silveira deverá se filiar ao MDB, de Daniel Vilela, ou ao DEM/União Brasil, de Caiado. 

No fritar dos ovos, os fiéis escudeiros mostraram ser, de fato, Lêda Borges e Helio de Sousa. Ambos não titubearam ao longo dos últimos anos e se levantaram contra Caiado no momento mais difícil: quando o próprio chefão (Marconi) decidiu se refugiar em São Paulo para não encarar de frente o derretimento de seu nome junto ao povo goiano. 

Mesmo diante de uma suposta dificuldade em emplacar seu nome ao governo do Estado, há quem diga que Marconi não teria o mesmo “problema” caso decidisse concorrer ao cargo de deputado federal. 

Isso porque o político ainda conta com uma parcela consolidada de seu eleitorado. Ainda que defasada, diante do que se tinha no passado, trata-se de um grupo ‘suficiente’ quando o assunto é a disputa pela Câmara. Uma vez no páreo, o comentário é que Marconi não apenas terminaria eleito, mas seria também um puxador de votos. Sem ele, se levado em conta o quociente eleitoral, a situação complica para os aliados.

Nesse contexto, Marconi figura como peça indispensável para a reconstrução do PSDB em Goiás. Mas lideranças ligadas ao ex-governador destacam seu interesse pessoal em buscar algo “maior” — leia-se senado ou o próprio governo. Nos bastidores foi ventilado que as expectativas do tucano ganharam ainda mais musculatura com a divulgação dos resultados da pesquisa Serpes/Acieg em janeiro.  

Conforme mostrado pelo O Hoje, o levantamento revelou o governador Ronaldo Caiado com 37,1% das intenções de voto. Na sequência, aparece o nome de Marconi Perillo, com 14,1%. O tucano é seguido pelo prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, com 13%. A pesquisa foi realizada entre os dias 21 a 24 daquele mês. Num universo de 801 eleitores consultados, 21,5% declararam que ainda não definiram o voto. Outros 10% afirmaram anular.

Diante desse cenário, visto, segundo os interlocutores, com otimismo, certas estratégias terminaram repensadas. Porém, se levada em consideração a corrida contra o tempo, o veredito deve ser anunciado em um futuro não muito distante.

Até que isso aconteça, Helio e Leda seguem se preparando para encarar projetos  mais robustos. Ao O Hoje, Sousa assegurou que buscará uma cadeira na Câmara dos Deputados e descartou qualquer possibilidade de um “plano B”. “Estou firme em meu compromisso, é um projeto pessoal e partidário também”, acrescentou. 

Diferentemente de alguns nomes que ainda avaliam as movimentações e aguardam as definições do líder do tucanato, Hélio assegura sua participação na disputa sem titubear. “Vejo que consolidei minha participação como deputado estadual, onde tive seis mandatos. Agora trabalho focado na minha pré-candidatura ao cargo de deputado federal, que eu vejo, inclusive, como oportuna”. 

Sobre a consideração, acrescentou: “Tenho uma boa representação na região Norte, especialmente no vale do São Patrício, e vejo que é uma região que carece de alguém que esteja inserido no cenário federal lutando também por suas demandas. Vejo esse como um caminho natural a ser seguido”, finalizou o parlamentar.

Experiente, Helio de Sousa acumula mais de 20 anos de Parlamento tendo figurado, inclusive, como presidente da Assembleia Legislativa de Goiás entre os anos de 2015 e 2016. Por sua vez, a colega de Parlamento, deputada Lêda Borges, já declarou à imprensa local seu interesse em concorrer. Ela foi procurada para comentar as movimentações, mas não foi localizada.

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