Estratégia prevista: MDB deve liderar perfil mais político da campanha de Ronaldo Caiado

Auxiliares do governador costumam ser técnicos, o que precisa mudar, de acordo com palacianos

Postado em: 22-02-2022 às 09h38
Por: Marcelo Mariano
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Auxiliares do governador costumam ser técnicos, o que precisa mudar, de acordo com palacianos | Foto: Reprodução

Com a proximidade do período eleitoral, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) adota paulatinamente uma estratégia prevista desde o ano passado e reconhecida como necessária pelos próprios palacianos: dar à sua gestão um perfil mais político do que técnico.

O último movimento nesse sentido foi a escolha de Paulo Ortegal, um emedebista histórico e a figura mais próxima de Iris Rezende, ex-prefeito e ex-governador morto recentemente, para assumir o comando das articulações políticas do governo estadual em Goiânia.

De acordo com apuração do jornal O Hoje, é justamente o MDB, cujo presidente estadual, Daniel Vilela, tende a ser o candidato a vice na chapa caiadista, que deve liderar a tarefa de implementar o perfil mais político em questão.

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A estratégia passa também pela Secretaria de Comunicação (Secom) com o objetivo de divulgar as ações conforme essa orientação. No final de janeiro, vale lembrar, o jornalista Gean Carvalho, tio de Daniel e experiente na área, tomou posse no comando da pasta.

O emedebismo reconhece que os secretários considerados técnicos, muitos deles vindos de outros estados, tiveram e ainda têm importância nos rumos da administração. “Eles são competentes, mas é preciso ter um conhecimento mais profundo do cenário político goiano para ajudar o governo no processo eleitoral”, segundo um líder do MDB.

“Acredito que seja racional essa linha adotada pelo governador de mesclar os técnicos com os políticos”, argumenta. “A gestão tem mostrado uma boa performance, com aprovação em alta. A fase de mais desgaste e medidas duras já passou. Agora, é a hora de colher os frutos e, para isso, é importante uma equipe com maior sensibilidade política.”

Na avaliação desse emedebista, há “pequenos detalhes” que fazem a diferença. “Muitas vezes as lideranças não são atendidas porque alguém não as conhece. Por isso, é necessário criar uma boa relação, aproximar mais e ouvir as reivindicações. Isso agrada a comunidade e tem um impacto significativo, especialmente em ano eleitoral.” 

Aparecida

Existe uma expectativa de que o trabalho de Ortegal na capital ocorra em Aparecida de Goiânia de forma semelhante e em conjunto, a exemplo do que já foi feito pelo MDB em pleitos anteriores.

Forte no interior, Caiado quer intensificar sua presença na região metropolitana, assim como Anápolis e no entorno do Distrito Federal. No caso de Aparecida de Goiânia, administrada por Gustavo Mendanha (sem partido), um dos principais governadoriáveis de oposição e ex-emedebista, tudo indica que o partido e Daniel terão uma atenção especial.

A intenção, nas palavras de um vilelista, não é “desmerecer o trabalho de Mendanha, mas, sim, ressaltar e relembrar o legado de Maguito [pai de Daniel e prefeito da cidade entre 2009 e 2016], o verdadeiro responsável pela transformação do município”.

Por enquanto, quem coordena as iniciativas em Aparecida de Goiânia é o ex-deputado federal Euler Morais, que chegou a ser o favorito de Maguito, de quem foi secretário de Governo, para sucedê-lo nas eleições de 2016. Ao final, porém, a incumbência ficou com Mendanha.

Na segunda-feira (21), por exemplo, ele organizou um encontro com mais de 30 líderes da cidade. O deputado federal José Mário Schreiner, cotado para trocar a União Brasil pelo MDB, também marcou presença na reunião.

À reportagem, Euler afirmou que, “pelo fato de conhecer as lideranças de Aparecida de Goiânia”, está “ajudando nessa fase inicial em razão de um pedido de Daniel, mas, se for preciso, passa o bastão a outra pessoa mais adiante”. Ele confirmou que entrará em contato com Ortegal para elaborar uma estratégia conjunta.

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