Quinta-feira, 28 de março de 2024

Sem “disposição” para o Senado, Marconi Perillo mira disputa pela governadoria

Lideranças de estreita relação com o ex-governador afirmam que tucano está inclinado a entrar na briga contra Caiado e Mendanha

Postado em: 22-02-2022 às 09h56
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Sem “disposição” para o Senado, Marconi Perillo mira disputa pela governadoria
Lideranças de estreita relação com o ex-governador afirmam que tucano está inclinado a entrar na briga contra Caiado e Mendanha | Foto: Reprodução

Fontes ligadas ao ex-governador tucano, Marconi Perillo, disseram à reportagem que o líder do PSDB em Goiás tem afirmado, em conversas reservadas com a alta cúpula, que não tem “a mínima disposição” para buscar uma cadeira no Senado. 

A ideia, segundo pessoas próximas ao tucano, é que Marconi termine, de fato, encampando uma disputa pelo governo de Goiás contra seu arquirrival, Ronaldo Caiado (União Brasil). 

Em off, as lideranças chamam atenção para um cenário tido como “favorável”, especialmente se o prefeito de Aparecida de Goiânia e propenso candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Sem partido), continuar “derrapando”. 

Continua após a publicidade

“Ele [Gustavo] precisa de firmar. Caso isso não aconteça, e o que vemos é que a situação está caminhando para isso, Marconi pode virar um player”, analisa um dos consultados, que, na sequência, dispara: “Só não pode errar o discurso. O Lula foi perdoado, por exemplo”. 

A preocupação em questão diz respeito à maneira com que Marconi Perillo deixou o governo no passado. O líder do tucanato não apenas foi derrotado nas urnas como deixou um lastro de decepção entre alguns de seus eleitores após escolher se refugiar em São Paulo na tentativa de abafar os reflexos deixados pela Operação Cash Delivery, em 2018. 

Além disso, seu propenso sucessor, José Eliton (PSDB), foi atropelado por Caiado nas urnas e daí para frente o que se viu foi o completo esfarelamento da sigla pelos quatro cantos do estado.

Agora, Marconi busca um reposicionamento político em Goiás e quer voltar à posição de destaque. Dois fatores são vistos, segundo fontes consultadas, com bons olhos pelo ex-gestor. Primeiro, os resultados das pesquisas recentes divulgadas pelo Instituto Serpes.  

Os números da Serpes/Acieg, revelados em janeiro, mostram o governador Ronaldo Caiado com 37,1% das intenções de voto. Na sequência, aparece o nome de Marconi, com 14,1%. O tucano é seguido pelo prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, com 13%. A pesquisa encomendada pela Associação Comercial e Industrial de Goiás foi realizada entre os dias 21 a 24 de janeiro. 

Outro ponto da pesquisa também é encarado com otimismo pelos tucanos: mais de 20%, precisamente 21,5%, disseram que ainda não definiram o voto e outros 10% querem anular. Isso abre margem, na interpretação de alguns aliados, para conquista de uma significativa quantidade de votos no decorrer dos próximos meses até outubro.

No que diz respeito ao Senado, apesar de supostamente descartado, o cenário é ainda mais otimista. O tucano lidera com 16,6% nas intenções de voto. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD) aparece com 11,1% e o deputado federal delegado Waldir conta com 9%.

O descompasso de Mendanha para acertar uma nova morada após deixar o MDB, também tem sido encarado como um ponto favorável. “O PL praticamente já fechou portas. Ele também deixou o diálogo esfriar com outros partidos, ou seja, o tempo está passando e ele perdendo espaço”, avalia uma liderança de estreita relação com o ex-governador.

Espaço 

Conforme rememorado pelo O Hoje, em 2018, ainda que reconhecida a dificuldade que o indicado à sucessão marconista, José Eliton (PSDB), teria para se eleger, muitos aliados não se renderam ao que mostravam as pesquisas e seguiram até a derrota ao lado do tucano. 

Hoje, ainda que tenham Perillo na disputa de 2022,  seus antigos aliados devem ir às ruas em prol de um outro nome. Isso porque o cenário já conta com negociações avançadas, na maioria dos casos.

A coligação Goiás Avança Mais, encabeçada por Eliton à época, tinha em sua base de sustentação siglas como PSB, PSD, PPS — agora Cidadania —, Solidariedade, Avante, Rede, PTB, PR — agora PL — e PV, partidos que agora tendem a se dedicar às novas alianças.

Veja Também