Aliados de Daniel Vilela não veem apoio de Rogério Cruz a Caiado como problema

Pós o rompimento em abril do ano passado, Daniel e Cruz devem estar no mesmo palanque para apoiar Caiado

Postado em: 26-02-2022 às 09h03
Por: Marcelo Mariano
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Pós o rompimento em abril do ano passado, Daniel e Cruz devem estar no mesmo palanque para apoiar Caiado | Foto: Reprodução

A relação entre o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), “não é como Rússia e Ucrânia”, nas palavras de um emedebista que foi secretário municipal durante a atual gestão. “Não existe um rompimento político total ou uma guerra entre eles”, frisa. “O que existe é uma discordância profunda sobre métodos.”

Em abril de 2021, Daniel e secretários ligados a ele romperam com Cruz principalmente devido à interferência da cúpula do Republicanos no Distrito Federal nos rumos do Paço Municipal, mas, nas próximas eleições, eles devem estar juntos no palanque do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Em setembro do ano passado, Caiado anunciou Daniel como o candidato a vice em sua chapa. À época, perguntado pelo jornal O Hoje se aceitaria com tranquilidade a possibilidade de o Republicanos estar na mesma coligação, o presidente do MDB goiano não fechou as portas para uma reconciliação.

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“Não é uma decisão que compete a mim”, afirmou Daniel, dando a entender que, se fosse do interesse de Caiado, ele não seria um obstáculo “As decisões de coligações são pertinentes ao candidato a governador.”

O Republicanos, vale lembrar, tem o deputado federal e presidente da legenda em Goiás, João Campos, como pré-candidato a senador. Embora esteja politicamente mais próximo do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), considerado um dos principais governadoriáveis de oposição, ele alega que mantém diálogo com todos os postulantes ao Palácio das Esmeraldas em busca de espaço em alguma chapa majoritária.

Mesmo sem a definição sobre o destino de Campos, o prefeito de Goiânia anunciou seu apoio à reeleição de Caiado, o que mostra um possível racha dentro do partido. Como o governador é favorito, o prefeito de Goiânia tem em mente uma boa convivência entre as gestões municipal e estadual ao longo do restante de seu mandato para, quem sabe, chegar em 2024 com melhores condições a fim de tentar se reeleger.

Reconciliação?

Agora, com o presidente estadual do MDB e o prefeito de Goiânia do mesmo lado, aliados de Daniel sinalizam que é possível haver uma reaproximação. “Não sei nem se usaria o termo reconciliação”, afirma um emedebista. “Depois que os secretários saíram, Daniel disse que não concordava com as decisões administrativas e os rumos que a Prefeitura estava tomando, sendo administrada por pessoas de fora, mas que não era o caso de fazer oposição.”

“Não diria que houve um rompimento total no sentido de não ter condição de diálogo. Acho que tem um clima para uma relação mais amistosa. Não vou dizer que eles vão ser os maiores aliados e trocar elogios. Isso eu não sei, é difícil de medir. Só o tempo. Acho que nem Daniel, nem Rogério seriam capazes de medir isso agora. Mas ter uma relação não conflituosa, na minha opinião, já está subentendido desde antes de o Daniel fazer a aliança com o Caiado”, argumenta.

O vilelista lembra, ainda, que ele nunca pediu para que os auxiliares saíssem. “Tanto é que alguns ficaram. Várias pessoas muito ligadas ao Daniel continuaram na Prefeitura. A maioria dos secretários saiu por conta própria e, inclusive, queria ter saído antes. Depois a turma do Republicanos que foi limpando. E Daniel também nunca cobrou que os vereadores do MDB fizessem oposição”.

Da parte do Paço Municipal, Cruz tem evitado comentários públicos sobre Daniel. Sua assessoria diz que ele prefere não comentar o assunto. Nos bastidores, porém, o entorno do prefeito de Goiânia já se movimenta com o objetivo de abrir um canal de diálogo. A ideia, por enquanto, é a de que a relação entre os dois não se torne um problema para Caiado, e não necessariamente que eles voltem a ser aliados próximos.

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