Fabrício Rosa irá anunciar decisão sobre filiação partidária na próxima quarta-feira

Fontes ligadas ao alto escalão do PT dão como certa a filiação de Fabrício Rosa (PSOL) ao partido nos próximos dias. Procurado, porém, Rosa disse à reportagem do O Hoje que segue dialogando sobre o assunto. O PT, segundo ele, é de fato uma das opções no horizonte, mas o pré-candidato destacou também o PSB como uma alternativa, além de cogitar, inclusive, uma permanência no PSOL. 

Mas Rosa não quer “postergar” o assunto e garantiu, em entrevista por telefone, que a decisão será anunciada até a próxima quarta-feira (9/3). Apesar da maioria dos pré-candidatos decidirem segurar o anúncio dessa decisão para data mais próxima ao dia 2 de abril, quando será encerrada a famosa janela partidária, Rosa quer fazer diferente. 

“Não quero mais procrastinar, as pessoas cobram uma resposta e eu também acho que é o momento certo de fazer isso. Sem contar que, se for mesmo sair [do PSOL], quero e vou precisar de um tempo para organizar um evento de filiação”, defendeu na ligação. 

O pré-candidato aproveitou para ressaltar a complexidade de uma decisão como essa. “São várias questões que envolvem um processo de filiação e que acabam entrando em jogo nessa hora. Não é uma decisão individual, é algo que envolve grupos. Também estamos em um ano onde, agora, temos as Federações, que afetam as decisões a nível de estado. As estruturas oferecidas para campanha também são outro ponto”, analisou o pré-candidato que pretende concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa (Alego). 

A ideia, dessa vez, é que o quociente eleitoral não seja um empecilho, como foi nas eleições de 2020. Isso porque mesmo tendo alcançado 4.299 votos no último pleito – mais do que a metade dos vereadores da Câmara – Rosa terminou a corrida eleitoral sem o direito de preencher cadeira no Legislativo municipal.

Apesar da cautela de Fabrício, alguns integrantes do Partido dos Trabalhadores já ventilam a informação de que sua candidatura ao partido estaria “acertada”. “Agora é só bater o martelo. Ele chega para dar ainda mais musculatura a uma chapa que já conta com pré-candidatos com nomes fortes”. 

Agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fabrício Rosa já concorreu em três eleições. Para além de 2020, no ano de 2016, Rosa fez sua primeira tentativa para a Câmara, mas terminou a disputa com pouco mais de 1.300 votos. Mais tarde foi a vez de buscar o Senado, em 2018. Porém, terminou na 9ª colocação. 

Ele é famoso pela defesa aguerrida das pautas LGBTQIA+, além de temas relacionados à educação,  ao ativismo social e direitos humanos.

Federações

Conforme mostrado pelo O Hoje em reportagem de janeiro deste ano, o grande diferencial da eleição de 2022 é justamente a possibilidade das siglas se unirem em federações, como mencionado por Rosa ao destacar seus critérios para escolha de uma nova morada. 

Elas são vistas como uma forma de ajudar principalmente as legendas pequenas e têm como objetivos eleger mais deputados e atingir a cláusula de desempenho para ter acesso aos recursos do fundo partidário, além de evitar fusões.

Há outras regras específicas, como a necessidade de união por pelo menos quatro anos e programa e estatuto unificados. Essa, aliás, é uma das principais diferenças em relação às hoje extintas coligações, que duravam apenas durante o período das eleições.

Com isso, as federações que forem firmadas neste ano devem continuar de pé para o pleito municipal de 2024, a não ser que os partidos deixem esse tipo de aliança antes do prazo previsto, o que é passível de punição. 

CComo nas federações existe a questão da verticalidade, tudo que for decidido a nível nacional tem que ser cumprido também a nível estadual, torna-se indispensável 100% de afinidade entre as siglas. Por esse motivo, trata-se de algo difícil de ser acordado e digno, como defendido por Rosa, de muita cautela.