Aliados de Gustavo Mendanha apostam em trégua entre Marconi Perillo e Braga

Pessoas próximas ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), apostam que o presidente do Patriota em Goiás, Jorcelino Braga, pode fazer as pazes com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), conforme apurado pelo jornal O Hoje.

Embora haja outras opções, como o Podemos, Mendanha está cada vez mais perto de se filiar ao Patriota. As desavenças do passado entre Braga e Marconi, contudo, têm condições de dificultar a presença do PSDB na mesma chapa.

O ex-governador tucano, convém contextualizar, nutre o desejo de tentar voltar ao Palácio das Esmeraldas, mas os resultados das pesquisas de intenção de voto mostram que seu nome possui mais viabilidade na disputa pelo Senado.

Segundo os levantamentos feitos até agora, tanto os internos quanto os divulgados publicamente, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lidera a corrida eleitoral com folga, seguido por Mendanha e Marconi, que aparecem tecnicamente empatados ou com o prefeito de Aparecida de Goiânia pouco à frente.

Em outras palavras, o ex-governador tucano, em um cenário de eventual aliança das oposições, está com menos força para ser o candidato de consenso, até porque sua rejeição é alta. Enquanto isso, ele é o favorito para senador.

Apesar das especulações nos bastidores, ainda não está confirmada a união de Mendanha com Marconi. Na oposição, há quem argumente que seja melhor duas candidaturas mais competitivas para o pleito não ser decidido no primeiro turno.

De qualquer forma, a única certeza, por enquanto, é a de que ambos estarão no mesmo palanque contra Caiado no mínimo a partir do segundo turno, ou seja, o contencioso entre Braga e Marconi deve ser assunto mais cedo ou mais tarde.

“Todos conhecem muito bem a minha posição sobre esse assunto”, disse o presidente estadual do Patriota à reportagem. “Eu sigo a minha vida dentro das minhas convicções”, complementou.

Questionado se a sua posição seria a de que, caso Mendanha e Marconi estejam na mesma chapa, ele não participaria diretamente da campanha, mas deixaria o Patriota à disposição, Braga desconversou.

“Não vou comentar sobre possibilidade”, declarou. De acordo com ele, “as decisões sobre qualquer fato que envolva o Patriota serão tomadas pela maioria absoluta dos seus componentes”.

Do lado marconista, um aliado do ex-governador classifica Braga como “desagregador”. Segundo esse membro do PSDB, se o prefeito de Aparecida de Goiânia for para o Patriota, ele “pode ficar sozinho”.

“Se Mendanha insistir em caminhar com Braga, ele terá que abrir mão de se aliar a Marconi”, frisou. “Aliás, a insistência do Mendanha em estar próximo ao Braga só o desgasta com o grupo marconista.”

Diante dessas declarações, fica nítido que não será fácil a tarefa de aproximar Marconi e Braga. Os medanhistas têm consciência disso e, mesmo assim, estão otimistas não só em relação a uma trégua, mas, principalmente, sobre a chance de o ex-governador ocupar a vaga de senador na chapa de uma oposição unida.

O Patriota, vale lembrar, tinha o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot como seu postulante ao Palácio das Esmeraldas. No entanto, ele não decolou nas pesquisas e, após preferir se dedicar às suas empresas, desistiu de concorrer nas próximas eleições.

Com isso, o partido ficou com o caminho livre para a filiação de Mendanha, que, a princípio, tinha tentado o PL, do presidente Jair Bolsonaro. No fundo, porém, o prefeito de Aparecida de Goiânia gostaria de apoiar um presidenciável de centro ou ficar neutro quanto ao cenário nacional, algo possibilitado pelo Patriota.