Alego deve enfrentar descompasso entre agenda legislativa e eleitoral

Deputados admitem preocupação com a compatibilização das agendas legislativa e eleitoral

Postado em: 10-03-2022 às 08h09
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: Alego deve enfrentar descompasso entre agenda legislativa e eleitoral
Deputados admitem preocupação com a compatibilização das agendas legislativa e eleitoral | Foto: Reprodução

Em anos eleitorais é comum que deputados deem mais atenção à agenda eleitoral, com articulações junto às bases em preparação para o pleito, deixando de lado as discussões de projetos e matérias no Legislativo. Ainda no enfrentamento de uma pandemia, crise financeira, inflação nas alturas, desemprego e fome, a população brasileira tem como prioridade a discussão de pautas de economia com foco na recuperação das perdas dos últimos dois anos. É mais comum ainda que no período eleitoral aumentem o número de sessões encerradas por falta de quórum e as faltas dos parlamentares.

A manutenção do regime de votações híbridas, que foi matéria de discussão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na terça-feira (8), pode contornar a situação dos deputados faltosos. Com a possibilidade de votar remotamente de qualquer lugar, os parlamentares poderão manter agendas no interior e colocar suas digitais nos projetos do Executivo e da própria Casa.

O deputado Cairo Salim (PROS) acredita que a agenda legislativa e a eleitoral se confundem, mas de uma certa forma também se complementam. Ele aponta ainda que o formato híbrido facilitará as votações ao mesmo tempo que as articulações estejam na rua. “Com o advento das sessões híbridas facilita muito o trabalho do parlamentar que poderá discutir e votar matérias importantes mesmo que esteja de fora da Assembleia”, argumenta. Ele explica ainda que é preciso ter responsabilidade dos deputados que recebem para trabalhar e tem, inclusive, horários flexíveis.

Continua após a publicidade

Sobre as prioridades do legislativo e do executivo para este ano, Salim destaca a importância de focar nas pessoas, tendo em vista a sequência de crises econômicas e sanitárias vivenciadas nos últimos três anos. “Com essas crises, os investimentos em obras caíram, mas o governo foca no investimento das pessoas com propostas que distribuem renda”, avalia.

A manutenção do formato híbrido não agrada todos os deputados. Humberto Teófilo (sem partido), é um dos deputados contrários à permanência dos deputados em ‘casa’. “É lamentável a gente ver deputados até hoje, depois de dois anos de pandemia, estar votando de forma virtual. Virou deputado virtual, deputado remoto. É inaceitável isso”, critica.

Durante as discussões de projetos, as imagens dos deputados sequer aparecem nas transmissões. Esse problema técnico incomoda deputados contrários ao formato híbrido que alegam que não dá para saber se é realmente o deputado que está votando as propostas ou se é algum assessor. 

Teófilo é autor de um projeto de lei que prevê que o uso de máscaras em todo o território goiano seja facultativo. Ele cita o exemplo da Assembleia Legislativa como justificativa para a proposta. “Aqui, mesmo os deputados, ninguém está de máscara. No Plenário, nas ruas, muitas pessoas já estão sem. Ninguém aguenta mais”, comenta. 

Veja Também