Se trocar Rodrigo Pacheco por Eduardo Leite, PSD atrapalha união da 3ª via

Terceira via ainda busca viabilizar um nome capacidade eleitoral de chegar ao segundo turno das eleições de 2022

Postado em: 12-03-2022 às 10h49
Por: Marcelo Mariano
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Terceira via ainda busca viabilizar um nome capacidade eleitoral de chegar ao segundo turno das eleições de 2022 | Foto: Reprodução

Depois de não conseguir decolar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou que não concorrerá ao Palácio do Planalto. Ele era um nome da chamada terceira via, que se opõe tanto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto ao ex-presidente Lula (PT).

“Tenho que dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado neste ano fundamental para a tão ansiada recuperação do nosso país”, declarou Pacheco, na quarta-feira (9), durante discurso na tribuna da Casa. “O cargo que me foi confiado por meus pares está acima de qualquer tipo de interesse pessoal ou de ambição eleitoral.”

No final de outubro do ano passado, o senador por Minas Gerais, pouco conhecido Brasil afora, se filiou ao PSD com expectativa de ser o candidato do partido no pleito presidencial. O presidente da sigla, Gilberto Kassab, sempre dizia que ele era a primeira, a segunda e a terceira opção.

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Como era esperado por praticamente todos os articuladores políticos, e mostrado em uma análise publicada pelo jornal O Hoje no dia seguinte à filiação de Pacheco, ele não tinha muitas chances de se viabilizar, apesar da insistência de Kassab.

Agora, o presidente nacional do PSD trabalha para atrair o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao partido com o objetivo de lançar sua candidatura ao Palácio do Planalto. Ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, já filiado à legenda, é uma outra alternativa de presidenciável.

Leite, vale lembrar, disputou as prévias do PSDB, em novembro de 2021, e foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria. Após o resultado, ele garantiu que apoiaria o nome do partido a presidente.

Por isso, esse movimento do governador gaúcho não pegaria bem do ponto de vista da imagem, caso ele deixe o PSDB para concorrer nas próximas eleições por um outro partido. Seu plano inicial era terminar o mandato no Rio Grande do Sul e, a partir do ano que vem, ir estudar no exterior.

No entanto, com a saída de cena de Pacheco e as articulações de Kassab, Leite voltou a entrar no radar. Considerado um político de perfil moderado, ele é uma das principais apostas para romper a polarização entre Bolsonaro e Lula

O problema é que, assim como o presidente do Senado e demais presidenciáveis da terceira via, o governador do Rio Grande do Sul, que não aparece com mais de 3% das intenções de voto, apresenta dificuldades para melhorar seu desempenho nas pesquisas.

Se os opositores de Bolsonaro e Lula quiserem realmente ter sucesso eleitoral, o ideal é que eles se unam em torno de uma única candidatura. Mesmo assim, a tarefa será difícil, mas, no momento, não parece haver outra possibilidade.

O PSD, sem Pacheco, poderia declarar apoio a um outro nome. Ao persistir com um pré-candidato do partido ao Palácio do Planalto, Kassab, na prática, atrapalha a união da terceira via. O presidente nacional da sigla, cabe ressaltar, mantém diálogo com o PT, embora, nesse caso, esteja pensando mais no segundo turno do que no primeiro.

Em Goiás, o PSD também enfrenta um momento de indefinição, diante dos rumores da possível desistência do ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, em disputar uma vaga de senador. Ele nega. 

Além disso, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (de saída do PSB), estava em negociações avançadas com o PSD para tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ele, porém, é cotado para assumir como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), o que o faria desistir do pleito. (Especial para O Hoje)

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