A ‘regra’ que pode definir apoio a Ronaldo Caiado ou à oposição

Claro que há exceções, mas faz sentido a teoria elaborada por um político até agora tido como neutro nas próximas eleições

Postado em: 14-03-2022 às 08h05
Por: Marcelo Mariano
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Claro que há exceções, mas faz sentido a teoria elaborada por um político até agora tido como neutro nas próximas eleições | Foto: Reprodução

A definição sobre quem estará ao lado do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ou de um candidato de oposição, sendo, por enquanto, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) os principais nomes, só será oficialmente tomada nas convenções partidárias, marcadas para ocorrer entre o final de julho e o início de agosto.

Porém, mesmo com pouco mais de quatro meses até a confirmação, já é possível ter quase certeza em relação a algumas movimentações, especialmente devido à janela partidária, período que ocorre neste momento e no qual candidatos nas próximas eleições podem trocar de partido sem correr risco de perder mandato. Naturalmente, há legendas mais ligadas à situação ou à oposição.

Um político, dos poucos em Goiás considerado intelectual, que ocupa um cargo importante e tem experiência em eleições, mas dificilmente terá seu nome nas urnas no próximo pleito, detalhou ao jornal O Hoje uma regra que pode ajudar a entender com mais clareza quem, de fato, apoiará Caiado ou um oposicionista. Trata-se, vale ressaltar, de uma observação feita por uma pessoa até agora tida como neutra na disputa.

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“Quem tem mandato, estará com Caiado. Quem não tem, estará com Mendanha ou Marconi”, argumenta. “Como toda regra, claro que há exceções, mas, em linhas gerais, essa é uma teoria já verificada em outras eleições e que tende a determinar quem será candidato pela base governista ou pela oposição.”

Algumas exceções: a deputada federal Magda Mofatto (PL) e o deputado estadual Paulo Cezar Martins (provavelmente de saída do MDB) não escondem de ninguém o desejo de estarem no palanque do ainda prefeito de Aparecida de Goiânia. Da mesma forma, o presidente estadual do Progressistas (PP), Alexandre Baldy, que não tem mandato eletivo, quer ocupar a vaga de senador na chapa caiadista.

Esses são apenas alguns exemplos, que, em outras palavras, confirmam a regra. “A questão é que, quem tem mandato, costuma precisar do respaldo do governo estadual para entregar mais resultados e, assim, ter mais chances de reeleição. São interesses legítimos. Quem não tem mandato, por outro lado, fica mais livre para fazer seus próprios arranjos políticos”, explica a fonte.

No ano passado, chamou a atenção o fato dos deputados estaduais Talles Barreto e Francisco Oliveira, até então dois parlamentares do PSDB de Marconi, decidirem sair da oposição para caminhar junto com Caiado. “Embora não seja admitido publicamente, a explicação pode ser justamente essa.”

A teoria também pode ser aplicada no caso dos prefeitos. Enquanto o governador tem o apoio da grande maioria dos gestores municipais, Mendanha participou, no sábado (12), de um evento organizado pela Associação Goiana de Ex-Prefeitos de Goiás (Agexp) para debater sobre “gestão inteligente e política do nosso estado”.

“Vou atender cada ex-prefeito, ex-prefeita e lideranças que vieram de todos os cantos de Goiás para dialogar comigo”, escreveu Mendanha em seu perfil no Twitter. No dia seguinte, ele complementou: “Gratidão a todos que já foram prefeito, vice ou primeira-dama nas cidades de Goiás e que hoje se reuniram aqui em Aparecida reforçando a união para promover uma verdadeira mudança no governo estadual nas eleições de outubro”.

A princípio, contar com a ajuda de políticos com mandato reforça uma campanha à reeleição. Contudo, está longe de significar uma garantia de sucesso nas urnas. Em 2018, o ex-governador José Eliton (PSDB) também tinha a maior parte dos prefeitos ao seu lado, mas terminou a corrida eleitoral em terceiro. No fundo, as lideranças mais importantes são aquelas que, de fato, conseguem se conectar com o eleitor.

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