João Doria já dá como certa desistência de Henrique Meirelles de disputar o Senado

Diante desse cenário, Gustavo Mendanha pode se filiar ao PSD para concorrer a governador

Postado em: 17-03-2022 às 08h29
Por: Marcelo Mariano
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Diante desse cenário, Gustavo Mendanha pode se filiar ao PSD para concorrer a governador | Foto: Reprodução

Pré-candidato a presidente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comunicou a pessoas próximas que o secretário da Fazenda e Planejamento de sua gestão, Henrique Meirelles (PSD), não deve concorrer ao Senado por Goiás, conforme apurou a reportagem.

Segundo uma fonte com acesso aos bastidores do governo paulista, dois políticos goianos ligados a Doria já estão cientes da iminente desistência de Meirelles: o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o presidente do Progressistas (PP) em Goiás, Alexandre Baldy.

Ambos também são senadoriáveis e, portanto, têm interesse direto nessa movimentação. Indicado por Doria para trabalhar na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) após as eleições de 2018, Marconi lidera a corrida pelo Senado, de acordo com as principais pesquisas de intenção de voto.

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Esse, aliás, foi um dos motivos que fez Meirelles repensar a sua pré-candidatura. Antes da entrada do ex-governador tucano no páreo, era o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda que estava à frente.

Além da pouca disposição para se dedicar à campanha, na qual não poderá investir tantos recursos próprios, Meirelles coordena o plano econômico de Doria ao Palácio do Planalto, e é sempre especulado como um possível nome a integrar o alto escalão do governo federal, independentemente de quem seja eleito, inclusive o ex-presidente Lula (PT).

Há, ainda, o fator Lissauer Vieira. A eventual ida do presidente da Assembleia Legislativa, tido como um dos favoritos para deputado federal pelo PSD, ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) faria com que o secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo perdesse um importante cabo eleitoral.

No caso de Baldy, que foi titular da Secretaria de Transportes Metropolitanos da gestão de Doria, a saída de Meirelles, até então considerado pule de dez para ocupar a vaga de senador na chapa do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o coloca como o mais cotado no momento.

Outros pré-candidatos ao Senado, os deputados federais Delegado Waldir (União Brasil), João Campos (Republicanos), Zacharias Calil (União Brasil), além do senador Luiz Carlos do Carmo (sem partido) e do ex-senador Wilder Morais (PSC), também estão de olho.

Baldy, porém, está com as negociações mais adiantadas. Não só devido à estrutura do PP, um dos partidos com mais prefeitos no comando de cidades goianas, mas, sobretudo, por já fazer parte do primeiro escalão do governo estadual por meio de Joel Sant’Anna Braga, seu irmão, que comanda a Secretaria de Indústria e Comércio desde outubro do ano passado.

Mendanha

A provável desistência de Meirelles também pode mexer com a eleição para governador. Se ele realmente não for candidato, o PSD tem como objetivo viabilizar uma outro nome para ter espaço em alguma chapa majoritária a fim de fortalecer o palanque da sigla no estado.

Diante desse cenário, especula-se que o partido seja o destino do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, um dos mais competitivos governadoriáveis de oposição. Ele deixou o MDB, em setembro de 2021, por discordar da aliança que determinou o presidente da legenda em Goiás, Daniel Vilela, como pré-candidato a vice de Caiado.

Desde então, Mendanha procura um novo abrigo para disputar o Palácio das Esmeraldas. Como as chances de um mesmo partido ocupar duas vagas em uma chapa majoritária são praticamente nulas, o PSD, com Meirelles, não figurava entre as principais opções.

Sem ele, contudo, o jogo muda. O prazo final para confirmar a filiação é o dia 1º de abril, embora o prefeito de Aparecida de Goiânia queira fazer o anúncio ainda nesta semana. Caso a articulação com o PSD não vingue, Podemos e Patriota surgem como alternativas.

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