Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Sem Clécio Alves, liderança do MDB fica à deriva na Câmara Municipal de Goiânia

Ao todo, o partido conta com seis vereadores, onde quatro deles estariam ‘comprometidos’ e outros dois são tidos, nos bastidores, como “sem perfil” para a liderança

Postado em: 18-03-2022 às 08h06
Por: Felipe Cardoso
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Ao todo, o partido conta com seis vereadores, onde quatro deles estariam ‘comprometidos’ e outros dois são tidos, nos bastidores, como “sem perfil” para a liderança | Foto: Reprodução

O MDB segue sem uma liderança definida na Câmara Municipal de Goiânia. Desde que o vereador Clécio Alves  (MDB) decidiu renunciar ao posto, o grupo busca uma solução para a ausência de um líder. Ao que tudo indica, uma decisão sobre o assunto ainda deve demorar para se tornar conhecida. 

Para se ter uma noção da dificuldade, a decisão de Clécio em abandonar o posto passou, inclusive, por uma atitude tomada pelo colega de partido, o vereador Anselmo Pereira. Isso porque Anselmo – que assumiu a função de líder do prefeito na Casa em substituição ao vereador Sandes Jr – optou por liberar a bancada emedebista para votar como quisesse em um veto do prefeito Rogério Cruz a um projeto do companheiro. 

O texto em questão foi apreciado no dia 22 de fevereiro e vetava uma homenagem a Iris Rezende (MDB) a partir da troca do nome da Avenida Castelo Branco pelo nome do ex-governador de Goiás e ex-prefeito da Capital.

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Alves, por sua vez, se sentiu traído e decidiu, em um ato de revolta, comunicar sua renúncia. “Como não fui respeitado, estou renunciando. Não tenho condições de continuar sendo líder da bancada do MDB. É uma vergonha o que está acontecendo aqui. A partir de hoje os senhores podem eleger um novo líder”, vociferou Clécio nos microfones da Câmara Municipal à época. 

Ao todo, o partido conta com seis vereadores, onde quatro deles estariam ‘comprometidos’. Clecio, pela desistência; Anselmo, pela liderança do Governo; Henrique Alves, porque vai assumir em breve a direção metropolitana do partido; e Kleybe por embates antigos que passam pelo nome de Arthur Bernardes e, consequentemente, dificultam um livre trânsito na prefeitura. Nesse cenário restam apenas dois: o Dr. Gian e Izídio Alves.

Ambos são tidos, nos bastidores, como pessoas “sem o perfil” que o MDB gostaria para assumir o papel. Com isso, tem sido cogitada uma eventual tentativa de convencimento do ex-líder a retornar à posição. 

Anselmo confirmou os rumores. “Respeito profundamente o trabalho que o Clécio fez durante a liderança por mais de quatro anos. Ele também é um grande companheiro. Por isso irei chamá-lo, juntamente com toda bancada, para discutirmos o destino do MDB dentro da Câmara Municipal de Goiânia. Se ele quiser continuar não vejo nenhum problema. O que não podemos é ficar sem uma liderança emedebista, até porque precisamos nos projetar nas relações com a prefeitura”, disse.

A tentativa, para Izídio Alves, pode ser falha. “Pelo que conheço do Clécio ele não volta atrás. Ele está no seu direito, mas precisamos ter um líder para nos representar”, acrescentou. Questionado se toparia, caso fosse convidado, disparou: “É um caso a se pensar”. 

Por sua vez, o vereador Kleybe Morais ao responder a mesma pergunta disse que essa é uma possibilidade que sequer passa pela sua cabeça. O emedebista também confirmou que há, de fato, um movimento na tentativa de fazer com que Clécio recue. 

“Espero que o vereador possa reavaliar. Ele é uma pessoa querida em nosso partido, alguém com experiência no Legislativo. Então esse é o meu sentimento e única hipótese que eu considero nesse momento”, declarou. 

Henrique Alves também foi consultado. Sobre o assunto, disse o seguinte: “É importante que tenhamos uma liderança definida. Precisamos de alguém que possa discutir e direcionar as votações em projetos de peso. É algo que precisa ser alinhado. Não sei exatamente como faremos para solucionar esse problema, mas se depender de mim tudo será feito o quanto antes”. 

Os demais emedebistas foram procurados, mas até o fechamento da reportagem não atenderam as ligações. O espaço continuará aberto. 

Acerto

Mas nem só de descompassos vive o MDB goiano. Recentemente, o presidente estadual da sigla, Daniel Vilela, convidou o vereador Henrique Alves (MDB) para assumir a direção metropolitana da sigla. O parlamentar deve assumir, em breve, a posição de maneira interina. 

Nos bastidores, o comentário é de que Daniel não quer convocar uma eleição nesse momento em função do descompasso que ainda passa pelo nome de Gustavo Mendanha, pré-candidato ao governo de Goiás. 

O momento ideal, segundo algumas lideranças, seria logo depois das eleições, quando o cenário deve ficar “mais claro para todo mundo”. Ao O HOJE, o parlamentar confirmou o convite e disse se sentir lisonjeado com a escolha. “Estamos trabalhando bastante. Nos dedicando a um mandato sério e responsável. Fico feliz por ter o meu nome lembrado em meio a tantos outros colegas”.

Na Câmara, já circulou, inclusive, uma ficha onde a maioria absoluta dos vereadores emedebistas assinaram o passe de Henrique à presidência.

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