Quinta-feira, 28 de março de 2024

Aliados de Mendanha dizem que vale a pena esperar pelo PSD devido ao peso do partido

Desistência de Meirelles da corrida ao Senado pode favorecer candidatura de Mendanha ao governo

Postado em: 18-03-2022 às 08h45
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Aliados de Mendanha dizem que vale a pena esperar pelo PSD devido ao peso do partido
Desistência de Meirelles da corrida ao Senado pode favorecer candidatura de Mendanha ao governo | Foto: Agência Brasil

Pessoas próximas ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), um dos principais governadores da oposição, comentam, nos bastidores, que vale a pena esperar por uma definição do PSD, de acordo com apuração da reportagem.

Mendanha, convém contextualizar, deixou o MDB no final de setembro do ano passado por discordar da aliança que determinou o presidente da legenda em Goiás, Daniel Vilela, como pré-candidato a vice na chapa do governador Ronaldo Caiado (União).

À época, críticos da decisão diziam que ela foi tomada com muita antecedência e, por isso, os adversários de Caiado, como Mendanha, teriam tempo de sobra para se organizar. Quase seis meses depois, porém, o prefeito de Aparecida de Goiânia ainda não se filiou a um novo partido.

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Em janeiro, como mostrou o jornal O Hoje, ele esteve “99,9% confirmado” no PL, nas palavras de Flávio Canedo, que comanda o diretório estadual da sigla do presidente Jair Bolsonaro, mas Mendanha acabou barrado por não ser tão identificado com o bolsonarismo.

Diante dessa dificuldade para escolher uma legenda, os palacianos comemoraram o fato de que o prefeito de Aparecida de Goiânia, diferentemente do que se esperava, não conseguiu aproveitar o tempo. O que era para ter se resolvido em janeiro foi adiado para fevereiro e, depois, passou para março.

Vale lembrar que o prazo final para candidatos nas próximas eleições se filiarem a algum partido é o dia 1º de abril, ou seja, seis meses antes do primeiro turno, marcado para 2 de outubro. Mendanha, portanto, deixou para bater o martelo nos últimos momentos.

Podemos e Patriota estão entre as principais opções, mas, com os rumores sobre a possível desistência de Henrique Meirelles (PSD) de disputar o Senado, o prefeito de Aparecida de Goiânia preferiu esperar.

Ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Meirelles está prestes a divulgar publicamente que não será candidato a senador, embora haja quem ainda tenha esperança de reverter a situação.

Caso as especulações se confirmem, o PSD, que tem como objetivo lançar um nome em alguma chapa majoritária para fortalecer seu palanque no estado, deve ficar com o caminho livre para a chegada de Mendanha à sigla.

Aliados mendanhistas, dessa forma, argumentam não ver problema em demorar mais um pouco para bater o martelo sobre o novo partido, especialmente se este for o PSD, considerado maior e com mais estrutura e recursos financeiros para concorrer ao Palácio das Esmeraldas.

Para evitar que uma sigla desse porte vá para a oposição, Caiado entrou em cena, e agora articula a fim de fortalecer a chapa do PSD para deputado federal, algo também prometido pelo prefeito de Aparecida de Goiânia.

A preocupação com a montagem de chapa de deputado aumentou depois de vir à tona a eventual indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, tido como um provável campeão de votos pelo PSD nas eleições para a Câmara dos Deputados, ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), o que o faria desistir do pleito.

Internamente, a legenda está dividida. Há uma parte que prefere caminhar na base governista, como o deputado federal Francisco Jr, enquanto outra está insatisfeita e mantém diferentes alternativas em mente, como o senador Vanderlan Cardoso.

Como o PSD também corre contra o tempo, a decisão sobre Meirelles tende a ser tomada o quanto antes para não atrapalhar outras movimentações. Em outras palavras, a disputa entre Mendanha e Caiado já começou.

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