Incerteza sobre alianças pode afastar Gustavo Mendanha da disputa

Prefeito de Aparecida chega na última semana do prazo de descompatibilização sem estar filiado a um partido

Postado em: 26-03-2022 às 07h46
Por: Raphael Bezerra
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Prefeito de Aparecida chega na última semana do prazo de descompatibilização sem estar filiado a um partido | Foto: Reprodução

Com o prazo para a descompatibilização se encerrando, as indefinições das alianças e a falta de partidos para disputar o Palácio das Esmeraldas em outubro podem afastar Gustavo Mendanha (sem partido) da corrida eleitoral. A hesitação pode, de fato, ocorrer especialmente devido à dificuldade de se filiar em uma legenda e as movimentações do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) que cercaram o prefeito de Aparecida de Goiânia.

Se enganou quem imaginou que os seis meses seriam suficientes para que Mendanha construísse uma base e conseguisse articular sua filiação a uma legenda com tempo de televisão e recursos eleitorais. De 24 de setembro até 2 de abril, último dia para a descompatibilização para governadores e prefeitos que pretendam concorrer a cargos distintos dos atuais, Mendanha não conseguiu sanar esses problemas.

Foi em setembro que o governador anunciou o ex-aliado do prefeito como seu pré-candidato à vice-governador. Com a indicação, Mendanha deixou o partido após tentar convencer, sem sucesso, prefeitos e correligionários a apoiar uma candidatura própria na legenda. 

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Para parecer disputado, Mendanha estimulou a repercussão sobre conversas com o PSD, comandado por Wilmar Rocha em Goiás e que têm Henrique Meirelles como possível candidato à vaga no Senado, e pelo PP, que é presidido por Alexandre Baldy, que também busca uma vaga majoritária em uma chapa.

O PP, por sinal, faz parte do primeiro escalão de auxiliares do governador desde outubro do ano passado, quando a indicação de Joel Sant´Anna Braga, irmão de Baldy, foi chancelada na Secretaria de Indústria e Comércio (SIC).

Além dessas duas legendas, Mendanha buscou o PL, do presidente Jair Bolsonaro, mas a ideia foi frustrada pelo próprio presidente que apoia a candidatura de Vitor Hugo, ainda no União Brasil, mas a caminho da sigla comandada em Goiás por Magda Mofatto e seu marido Flávio Canedo que até querem o prefeito como candidato, mas a decisão será de Bolsonaro.

O Patriota, comandado por Jorcelino Braga, cogitou abrigar Mendanha. Entretanto, após a reviravolta da última quarta-feira (23) com as principais lideranças políticas da sigla declarando apoio a Caiado, a aliança foi por água abaixo. Jânio Darrot, ex-prefeito de Trindade e o atual prefeito Marden Júnior declaram apoio ao governador.

O Podemos também fechou as portas para a filiação do prefeito de Aparecida. A sinalização de apoio a Bolsonaro não agradou a cúpula nacional do partido que tem Sergio Moro como pré-candidato à presidente, culminou no apoio à reeleição de Caiado. 

Ganha quem erra menos

Em relação a Ronaldo Caiado, Gustavo Mendanha errou muito. Primeiro em não se definir como pré-candidato ao governo, o que fez com que lideranças que viam sua candidatura com simpatia, procuraram outros caminhos devido à insegurança política de quem vive da política e para a política , ou seja, as lideranças. 

Agora tem pouco tempo para corrigir os seus erros estratégicos, enquanto seu principal adversário, o governador Ronaldo Caiado, que busca a reeleição, aproveitou desse ‘cochilo’ e montou um arco de alianças abarcando o maior número de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e deputados. 

Se Mendanha realmente levar adiante o seu projeto de disputar o Palácio das Esmeraldas, terá dificuldades na montagem de uma staff competitiva, haja vista que o Estado não é a prefeitura de Aparecida. 

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