Quase metade dos eleitores reprovam governo de Jair Bolsonaro

Questionados, sobre a “culpa” no aumento do preço dos combustíveis, o governo Bolsonaro e a Guerra na Ucrânia empatam com 45%

Postado em: 26-03-2022 às 10h20
Por: Stéfany Fonseca
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Questionados, sobre a “culpa” no aumento do preço dos combustíveis, o governo Bolsonaro e a Guerra na Ucrânia empatam com 45% | Foto: Reprodução

A pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (25) mostra a insatisfação do brasileiro com o Governo Federal. A desaprovação, subiu de 63% para 65%, a avaliação de ruim ou péssimo, de 52% para 54%, enquanto a aprovação recuou de 32% para 31% e os que consideram ótimo ou bom, de 27% para 26%. Segundo o cientista político, Antonio Lavareda, os números preocupam o governo. 

“Se cumprida a expectativa da autoridade monetária de que o “pico” da inflação ainda ocorrerá em abril, com prováveis reflexos nos meses seguintes, isso poderá dificultar a recuperação da popularidade do Presidente antes do início da campanha eleitoral”, salientou.

Puxada pela alta no preço dos alimentos, a inflação “assombra” quem precisa colocar comida na mesa. Para 77% dos entrevistados os preços aumentaram muito e para 20%, aumentaram. Apenas 1% acredita que ficaram “iguais” e outros 1% acham que até diminuíram. 

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Questionados, sobre a “culpa” no aumento do preço dos combustíveis, o governo Bolsonaro e a Guerra na Ucrânia empatam com 45%. Os Governadores dos Estados aparecem com 39%, já gestões anteriores de Dilma e Lula, 35%, e o Supremo Tribunal Federal, com 29%.

Desaprovação 

Estagnado na pesquisa, Bolsonaro aparece 18 pontos atrás de Lula, que foi de 43% para 44%, enquanto Bolsonaro caiu de 28% para 26%. Para Antonio Lavareda o medo da inflação é o fator que interrompe a recuperação do candidato nas pesquisas eleitorais, nesse caso representado pelo presidente. 

 “Empacados”, Sergio Moro (Podemos) aparece com 8%; Ciro Gomes (PDT), 6%; João Doria (PSDB) e  André Janones (Avante) com 2%. Vera Lúcia, do PSTU, Simone Tebet, do MDB, e Felipe D’Ávila, do Novo, têm 1% cada.

Com a rejeição de Bolsonaro, pré-candidatos sonham com a terceira via. Um dos principais nomes é do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, atualmente, filiado ao PSDB e muito “assediado” pelo PSD. Lideranças nacionais do PSDB tentam embarcar leite no projeto de pré-candidato à presidência da república pela sigla, mas com a difícil tarefa de convencer o Governador de São Paulo, João Doria, a desistir da presidência e se candidatar ao Senado. 

Outro levantamento feito pela Pesquisa Datafolha, divulgado na quinta-feira (24/3), mostra Bolsonaro com um dos piores índice de rejeição de seu mandato, 46%. A aprovação foi para 25%, três pontos acima da última pesquisa. 

Segundo a Ipespe, as maiores reprovações estão entre os homossexuais e bissexuais 75%; estudantes 73%, jovens entre 16 a 24 anos, 59%; nordestinos 58% e as pessoas que ganham até dois salários mínimos com 51%. 

Repercussão 

Apesar dos índices de rejeição, deputado bolsonarista chama a pesquisa de “falsa” e não se mostra preocupado. Esse é o caso do deputado delegado Humberto Teófilo (sem partido), “pesquisa mentirosa. Tem que prender o dono instituto por crime eleitoral”, acusou o parlamentar. 

Na “contramão”, mesmo acreditando na “inveracidade” da pesquisa, o deputado Paulo Trabalho (União Brasil) se demonstra preocupado com os índices de rejeição do presidente. “A gente sabe da fama não tão boa do Datafolha, em relação a veracidade das pesquisas, mas numa eventualidade de serem verídicas, o que eu acredito que não sejam. É o indicativo que o povo precisa de mobilizar para impedir a volta da esquerda no país”, ponderou.

Uma das alternativas proposta, Paulo que defende as pautas conservadoras, pretende reeleger Bolsonaro e aumentar o número de representantes na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. “A população, ela precisa entender, que não é só eleger o presidente Bolsonaro, ela precisa eleger deputados federais compromissados com as mesmas pautas e senadores também e assim aumentar esse exército de pessoas compromissadas com o país verdadeiramente, com o projeto Brasil”. 

A falta de mobilização também preocupa Trabalho. “Precisa a mesma mobilização, com mais fervor do que aconteceu em 2018, então não existe jogo ganho, não existe eleição ganha, nós precisamos ir para a rua e precisamos de ter um time ao lado do presidente Bolsonaro”, finalizou. 

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