Após conversa com Kassab no sábado, Eduardo Leite decide ficar no PSDB e deixar governo do RS

Governador gaúcho dava sinais de que iria para o PSD, mas resolveu permanecer no ninho tucano e se torna pedra no sapato de João Doria

Postado em: 28-03-2022 às 19h35
Por: Augusto Diniz
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Governador gaúcho dava sinais de que iria para o PSD, mas resolveu permanecer no ninho tucano e se torna pedra no sapato de João Doria | Foto: Reprodução/Facebook

“Naturalmente não há uma resposta objetiva sobre qual é o melhor caminho.” Assim o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou nesta segunda-feira (28/3) que irá deixar o Palácio Piratini. Leite disse que, depois de muita reflexão, de um momento difícil, “de tantas opiniões para cá ou para lá”, que será mais útil nos tempos em que está na política fora do governo gaúcho.

Ao confirmar que permanecerá no PSDB, o político natural de Pelotas (RS) afirmou que precisa obedecer a lei eleitoral, que coloca limite até o dia 2 de abril para se desincompatibilizar se quiser disputar as eleições para outro cargo. Mas Eduardo Leite não disse, caso seja candidato, a que posto pode concorrer.

Na conversa de sábado (26/3) com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, Leite tinha a garantir de entrar na disputa para ser pré-candidato a presidente pelo partido. No PSDB, após movimentação do grupo ligado ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o governador do Rio Grande do Sul precisa enfrentar alguns desafios para concorrer ao Palácio do Planalto em outubro. O primeiro é ignorar o resultados das prévias tucanas para escolher o nome nas urnas, pleito interno vencido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP).

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“O presidente do PSD, Kassab, colocou um caminho de forma firme e clara para que eu pudesse me apresentar ao Brasil. Ele foi firme na defesa desse caminho. Eu reconheço esse gesto e agradeço. Mas agradeço também a sensibilidade dele de compreender que a minha história no meu partido não poderia ser renunciada nesse momento, eu não poderia deixar a história que eu tinha construído até aqui no PSDB”, declarou Leite.

Alternativa aos extremos

De acordo com o tucano gaúcho, ele e Kassab tem o mesmo propósito, que é pensar o futuro do Brasil. Para Eduardo Leite, PSDB e PSD saberão unir forças para viabilizar um projeto alternativo aos extremos, mais preocupados em “destruir uns aos outros do que construir algo novo”, em crítica indireta às pré-candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Eu atendo o que a legislação eleitoral me exige, de apresentar que irei renunciar ao mandato de governador para que possa estar na política atuando nessa eleição, que é decisiva, que é crítica, que é a mais importante da história recente do nosso País.” Ao dizer isso, Eduardo Leite não especificou se será candidato ou cravou a qual cargo pretende concorrer. Mas deixou todas as possibilidades eleitorais abertas.

Eduardo Leite se colocou no discurso como alguém que pretende promover a “união do centro democrático” para realizar, a partir de 2023, “as mudanças mais importantes do Brasil com respeito, com diálogo”. O governador do Rio Grande do Sul afirmou que não quer atacar as pessoas, mas os problemas. De acordo com o tucano gaúcho, os ideais que quer ver serem realizados no País não são compatíveis com permanecer no governo.

Novo governador

No Rio Grande do Sul, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) assumirá o cargo deixado por Eduardo Leite, possivelmente na quinta-feira (30/3). Nas redes sociais, Eduardo Leite divulgou um vídeo para justificar aos eleitores os motivos de renunciar ao cargo de chefe do Executivo gaúcho. Veja abaixo:

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