Deixou Goiás de lado; Meirelles filia-se a União Brasil e pode ser vice em São Paulo

Ex-secretário de Fazenda de São Paulo desistiu de disputar o Senado por Goiás para concorrer a um cargo pelo estado paulista

Postado em: 04-04-2022 às 05h00
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: Deixou Goiás de lado; Meirelles filia-se a União Brasil e pode ser vice em São Paulo
Ex-secretário de Fazenda de São Paulo desistiu de disputar o Senado por Goiás para concorrer a um cargo pelo estado paulista | Foto: reprodução

Após desistir de concorrer ao Senado Federal por Goiás e se desfiliar ao PSD, comandado por Vilmar Rocha no Estado, o secretário de Fazenda de São Paulo se filiou ao União Brasil (fruto da fusão do PSL e Democratas). O ex-presidente do Banco Central está determinado a ser candidato no maior Estado do país e trabalha para ser o vice de Rodrigo Garcia (PSDB). 

Após uma pré-candidatura ao Senado de Goiás conturbada, cheia de idas e vindas, o goiano tende a concorrer a vaga de vice com o emedebista Edson Aparecido, que comandava a Secretaria de Saúde do Estado. Aparecido foi exonerado na sexta-feira (1), último prazo para a desincompatibilização de cargos públicos para quem quer concorrer às eleições. O PSDB paulista garantiu uma aliança com o MDB, mas o martelo não está batido, e nesse é com esse cenário que Meirelles trabalha.

Aparecido foi deputado estadual, deputado federal e chefe da Casa Civil na gestão de Geraldo Alckmin. Apesar de ser um quadro histórico do PSDB, e tendo participado da primeira comissão provisória que fundou o partido tucano em São Paulo, ele se filiou ao MDB assim que deixou a secretaria.

Continua após a publicidade

Se não conseguir se viabilizar para ser vice do atual governador, Meirelles tem ainda a opção de se candidatar ao Senado ou, em último caso, a deputado federal. A troca do apresentador José Luiz Datena, que saiu da União Brasil para se filiar ao PSC, favorece a candidatura de Meirelles. Isto porque, a tendência era que Datena disputasse o Senado pela chapa do governador que disputará a reeleição. 

No mês passado, o partido já havia anunciado esse cenário, mas a desistência de Joao Doria em disputar a presidência, e logo em seguir desistir da desistência, irritou o apresentador que agora caminhará ao lado do candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao governo, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos). 

A decisão sobre quem será o vice de Rodrigo Garcia, no entanto, só deve ser tomada em julho, durante as convenções partidárias. Ele acenou para o ex-secretário de Saúde mas que a decisão sobre o seu vice virá apenas em julho. “Essa é uma decisão que será tomada mais adiante. (…) É muito cedo para isso”, afirmou ele, durante visita à exposição do pintor Candido Portinari, no Museu da Imagem e Som (MIS), em São Paulo.

“A minha primeira missão é governar são Paulo e no mês de julho, que é o mês das convenções, nós vamos com muita serenidade, conversando com os partidos aliados e o MDB é um grande aliado, dialogar qual é aquela figura que representa melhor o que São Paulo quer para o futuro, seja na candidatura à vice, seja na candidatura ao Senado”.

Dinheiro que não pode gastar

Um dos principais motivos da desistência de Meirelles ao Senado por Goiás é a impossibilidade de gastar tanto quanto gostaria durante a campanha. A limitação de 10%  dos rendimentos brutos declarados pelo doador no ano anterior à eleição não animou o ex-presidente do Banco Central. 

Na carta de desistência, Meirelles disse ter ponderado sobre a possibilidade de ser candidato e que entendia poder contribuir mais para “Goiás e o Brasil, trabalhando por um plano econômico que recoloque o País no eixo da prosperidade, que deixe de vez no passado o medo da inflação e da recessão”.

Na carta, Meirelles agradece aos que acreditaram no potencial eleitoral que sua pré-candidatura teria. “Foi com muita honra que recebi pesquisas me apontando como um dos preferidos em uma eventual disputa ao Senado, demonstrando o quão profundas são as nossas ligações. Tenho orgulho de ser filho de Goiás.” E falou com orgulho do convite que o partido do ex-ministro Gilberto Kassab o fez em 2021.

Veja Também