CEI da Saúde fiscaliza Regulação de Goiânia
Comissão de vereadores encontra apenas 4 dos 133 médicos lotados na unidade
Por: Sheyla Sousa
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Vereadores integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura problemas na Saúde em Goiânia levantaram que atualmente 133 médicos estão lotados na Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde, mais de 10% do quadro total de médicos do município. Mas apenas quatro estavam trabalhando na manhã desta quarta-feira (1º), quando os integrantes da CEI fizeram vistoria.
No prédio do Jardim Goiás funcionam quatro departamentos, na teoria com 61 profissionais. Mas nenhum estava no local. Questionada pelos vereadores, a superintendente, Andréia Alcântara, disse que eles cumprem a carga horária, mas não apresentou a escala de trabalho. “Vamos aprofundar a investigação, mas o que observamos é que, enquanto faltam médicos nas unidades de saúde, há um número alto de profissionais que teoricamente estariam executando funções administrativas”, destacou o relator da CEI, Elias Vaz.
O vereador Anderson Sales Bokão (PSDC) adiantou que vai solicitar à Secretaria de Saúde a escala de trabalho, com horário e nomes de todos os médicos que atuam na Superintendência.
A maior parte do serviço foi transferida para o Paço Municipal, onde a Comissão encontrou quatro médicos em expediente, todos na Central de Regulação, responsável por identificar vagas na rede pública de acordo com o quadro dos pacientes.
Leitos de UTI
Sobre as vagas de UTI, uma das médicas reguladoras, Roberta Silva, explicou aos vereadores que, mesmo quando há leito disponível no sistema, é preciso ligar nos hospitais para fazer a confirmação. Elias Vaz estranhou a prática. “Reforça a nossa suspeita de que o Município não tem autonomia para encaminhar o paciente. Dá a entender que, no fim das contas, é o hospital quem decide se vai receber ou não o paciente.”
O vereador citou o relatório da Secretaria Estadual de Saúde que levantou a possibilidade de hospitais selecionarem pacientes, escolhendo os que necessitam de tratamento mais barato para aumentar a margem de lucro. O documento foi apresentado há cerca de 10 dias em reunião da CEI e é fruto de auditoria de técnicos do governo estadual, explicou o relator da CEI. “Alguns hospitais, não todos, estariam fazendo essa seleção. E é um absurdo porque, no último fim de semana, a lista de espera por vagas de UTI chegou a 116, o número mais alto que já identificamos nos últimos meses”.
Secretária responde aos vereadores
A secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué, foi até a Central de Regulação e respondeu alguns questionamentos dos vereadores. Disse que está avaliando a necessidade de manter tantos médicos em função administrativa e que já começou auditoria para detectar por que a taxa de ocupação de leitos de UTI em Goiânia está inferior a 50%, quando o recomendado pelo DataSus é de 90%. “A taxa de ocupação está realmente baixa e isso nos preocupa, precisa ser resolvido. O paciente não pode ficar mendigando vaga enquanto a vaga existe”, disse a secretária. (Redação com assessorias)