Torquato mantém críticas ao Estado do Rio

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro reage às afirmações do ministro da Justiça e diz que enviará representação à PGR para que se apure as alegações de Torquato Jardim

Postado em: 02-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro reage às afirmações do ministro da Justiça e diz que enviará representação à PGR para que se apure as alegações de Torquato Jardim

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou, nesta quarta (1º), em Brasília, declarações dadas à imprensa nos últimos dias sobre a segurança no estado do Rio de Janeiro. Ele classificou como “normais” as reações contrárias às suas afirmações.

Torquato Jardim esteve nesta quarta no Supremo Tribunal Federal (STF) onde se reuniu com a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, e o ministro da Educação, Mendonça Filho.

No Rio, uma comissão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) informou que irá enviar representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que apure as afirmações feitas pelo ministro da Justiça. 

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Em entrevistas publicadas nesta quarta (1º) e na terça (31/10), o ministro disse que o comando da Polícia Militar fluminense estaria fazendo acertos com o crime organizado, retrocedendo a situação da segurança pública no Rio a um estado de coisas semelhante ao retratado nos filmes Tropa de Elite 1 e 2.

Ministro diz que reações são normais

Ao ser questionado por jornalistas nesta quarta, o ministro da Justiça não recuou em suas afirmações. “Sobre o Rio de Janeiro, não sei, já falei o que tinha que falar. Nenhuma reclamação. Reações são normais”, disse.

Em entrevistas publicadas nos últimos dias, Torquato Jardim afirmou que o comando de batalhões da Polícia Militar do Rio seria definido por “acerto com deputado estadual e o crime organizado”.

Ele disse que “em algum lugar, voltamos [aos filmes] Tropa de Elite 1 e 2. Em algum lugar, alguma coisa está sendo autorizada informalmente”.

As acusações do ministro foram alvo de reações de deputados estaduais do Rio. O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que há mais de uma década não existe interferência do crime organizado na segurança estadual. “A declaração é de quem não tem nenhum conhecimento, de quem é irresponsável e de quem age com má-fé”, afirmou.

Em nota divulgada na terça (31/10), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, rebateu as declarações do ministro e afirmou que o governo estadual e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos. Ele ressaltou que “o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro”.

Nesta quarta, em matéria publicada em jornais, Torquato respondeu a Pezão afirmando ter “melhor memória” ao se lembrar de ter discutido o tema com o governador. O ministro assegurou haver “todo um serviço de inteligência” que atesta suas declarações.


Reunião no STF

O ministro da Justiça esteve nesta quarta no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir com a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, a implantação de Associação para a Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) juvenis no país. Também esteve presente o ministro da Educação, Mendonça Filho.

Um projeto modelo de Apac juvenil, feito em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), funciona na cidade de Itaúna (MG) e, segundo Mendonça Filho, essa experiência deve servir para a implantação de novas unidades pelo país. A primeira será em Fortaleza, disse o ministro da Educação.

O dinheiro para a ampliação das Apac’s virá do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). (Abr) 

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