Lissauer pode ser a pedra no sapato de Marconi Perillo

Queda de braço tende a ser acirrada caso ambos estejam na disputa pelo Senado. Mas há quem diga que Marconi “sonha mais alto”

Postado em: 14-04-2022 às 08h22
Por: Raphael Bezerra
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Queda de braço tende a ser acirrada caso ambos estejam na disputa pelo Senado. Mas há quem diga que Marconi “sonha mais alto” | Foto: Ruber Couto

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) ainda não definiu seu destino político para as eleições que se aproximam. É certo, no entanto, que irá disputar. A princípio, seu nome era ventilado nos bastidores como um propenso candidato ao cargo de deputado federal. Seria um nome forte, capaz de arrastar outros tucanos e ampliar as cadeiras do partido na Câmara. Porém, ainda nas prévias para escolha de um presidenciável pelo PSDB, Marconi deu sua primeira importante cartada: oficializou que a legenda teria candidatura própria ao governo de Goiás. 

Desde então, seu nome tem figurado como um dos possíveis principais adversários do governador Ronaldo Caiado (UB) no pleito deste ano. Figuras do alto escalão do tucanato confirmam, inclusive, que o ex-governador sonha com um “projeto mais robusto” quando questionados sobre a possibilidade de Perillo disputar o cargo de deputado ou senador. 

Em paralelo, o que se viu nos últimos tempos foi Marconi estreitando os laços com o ex-prefeito de Aparecida e pré-candidato ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha (Patriota). Ele foi um dos responsáveis por levar Gustavo ao encontro de Gilberto Kassab, presidente do PSD, e articular sua possível ida para o partido que à época já demonstrava caminhar com Caiado. Mas o plano, todos sabem, não vingou. O comentário era de que, caso Medanha fechasse com o PSD, o ex-prefeito poderia se lançar candidato ao governo tendo Marconi indicado ao Senado em sua chapa. 

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Isso porque, de quebra, a possível filiação de Medanha ao partido naturalmente poderia desidratar o projeto de Henrique Meirelles (PSD) ao Congresso. Além de transparecer ser a possível grande aposta de Caiado, a candidatura do economista já era vista como uma incógnita. Com Meirelles fora do páreo e o PSD com Gustavo, Marconi nadaria de braçada rumo ao Senado. Mas, de novo, não vingou. 

Por fim, Mendanha escolheu, por falta de alternativas, o Patriota. Quanto ao PSD, o partido até titubeou, mas se manteve ao lado de Caiado. Nessa relação, a única bola dentro para o tucanato foi, mais tarde, a concretização daquilo que já era esperado: a desistência de Meirelles. O fato novo acabou deixando Marconi isolado no quesito “nomes de peso” da disputa. E é aí que entra Lissauer.  

Em paralelo à saída de Meirelles, o nome do presidente da Assembleia Legislativa, agora do PSD, passou a ser enxergado como um ‘substituto natural’. Ele, que já havia anunciado sua desistência da política para cuidar dos negócios do pai, agora não descarta a possibilidade de rever seus planos. 

Caso aconteça, o cenário volta a ser ruim para o ex-governador que terá, de novo, um candidato à altura para enfrentar se de fato decidir pelo Senado. O caminho mais provável é que Lissauer entre na disputa como candidato da base do governador. O peso do governo, aliado aos resultados mostrados pelo deputado nos quatro cantos do estado colocam Marconi  – que apesar do amplo capital político, enfrenta grande rejeição – em maus lençóis. 

Não se pode, contudo, descartar a perspicácia e destreza do ex-governador em fazer política. Diante do descompasso de Mendanha – que não apenas demorou para acertar seu partido, como terminou sem aglutinar forças – Marconi tem enxergado uma possibilidade de se tornar o protagonista da oposição. É sabido que Perillo e Mendanha em lados opostos pulverizam a oposição Caiadista, mas nada impede que em um eventual segundo turno ambos unam forças contra o atual gestor. Resta saber quem chegará lá.

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