Cunha diz que MPF e Joesley forjaram compra de silêncio para incriminar Temer

Cunha negou qualquer envolvimento com pagamentos de propina por empresas e disse desconhecer os supostos desvios na Caixa, classificando de “ridícula” a suposição de que receberia dinheiro

Postado em: 06-11-2017 às 13h30
Por: Márcio Souza
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Cunha negou qualquer envolvimento com pagamentos de propina por empresas e disse desconhecer os supostos desvios na Caixa, classificando de “ridícula” a suposição de que receberia dinheiro

O deputado cassado Eduardo Cunha
afirmou hoje (6) que o Ministério Público Federal (MPF) e o empresário Joesley
Batista, um dos donos do grupo J&F, forjaram uma suposta compra de seu
silêncio, para poder incriminar o presidente Michel Temer.

“Não existe essa história de
dizer que estou em silêncio porque estou recebendo para não delatar. Parte
disso é forjado para imputar crime ao Michel [presidente Michel Temer] no atual
mandato”, afirmou Cunha. “Deram uma forjada, e o seu Joesley foi cúmplice dessa
forjada, e está pagando por isso agora.”

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A suposta compra do silêncio de
Cunha embasou uma das denúncias do então procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, contra Temer, após Joesley ter gravado uma conversa em que o presidente
aparentemente daria sua anuência a pagamentos para o ex-deputado.

O ex-deputado, que se encontra
preso preventivamente após ser condenado em primeira instância na Lava Jato,
foi interrogado nesta segunda-feira (6) pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira,
da 10ª Vara Federal de Brasília, responsável pela Operação Sépsis, que apura
casos de corrupção na vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa
Econômica Federal.

Cunha negou qualquer envolvimento
com pagamentos de propina por empresas e disse desconhecer os supostos desvios
na Caixa, classificando de “ridícula” a suposição de que receberia dinheiro
para não delatar Temer no esquema.

Como meio de demonstrar que não
está recebendo por seu silêncio, Cunha disse viver atualmente em “situação de
absoluta penúria”, não tendo condições de sequer pagar os honorários de seus
advogados.

Impeachment

O ex-deputado negou ainda ter
pedido dinheiro para comprar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff,
crime do qual foi acusado na delação premiada de seu ex-operador financeiro
Lúcio Funaro.

“É ridícula a afirmação dele de
que pedi dinheiro para o impeachment”, disse Cunha. “Cadê a mensagem de que eu
pedi? Cadê a mensagem de que paguei? Nessa data do impeachment tinha seis meses
que não encontrava ele [Funaro].”

O depoimento de Cunha na ação
penal resultante da Operação Sépsis continua ao longo desta segunda-feira.
Outros três réus já foram ouvidos na semana passada – além de Funaro, Fábio
Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Alexandre Magotto, ex-funcionário do
corretor de valores. O ex-ministro Henrique Eduardo Alves, também réu, será o
último a ser interrogado. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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