Advogado diz que Cash Delivery foi “Lava Jato do Cerrado” e alega que investigação foi corrompida

Jayme Rincón afirmou que pretende entrar com medidas judiciais contra os procuradores envolvidos no processo

Postado em: 03-05-2022 às 14h25
Por: Redação
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Cristiano Zanin (à esquerda na parte central da foto), um dos representantes legais de Jayme Rincón (direita) na ação oriunda da Cash Delivery, disse que a força-tarefa trilhou caminho semelhante ao do processo que resultou na prisão do ex-presidente Lula | Foto: Thauany Melo/O Hoje

Thauany Melo

Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (3/5), a defesa do ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, comentou a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as denúncias feitas no âmbito da Operação Cash Delivery. Segundo o advogado Cristiano Zanin, a força-tarefa trilhou caminho semelhante ao processo que resultou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem o profissional também representa na Justiça.

“O Supremo deferiu o pedido feito para reconhecer a nulidade de todos os atos processuais realizados na operação Cash Delivery e entendeu que jamais houve competência da Justiça Federal. Ou seja, tudo aquilo que nós vimos, todo aquele histórico apresentado desde 2017, passando pelas eleições de 2018 com todos os seus desdobramentos, tudo isso aconteceu perante um juízo que não tinha competência a partir de atos de procuradores que não tinham atribuição para atuar no caso”, explicou Zanin.

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A defesa também alegou que a investigação foi afetada pelo “linchamento público“ e ocorreu sob interesses políticos, com perseguição de alvos pré-definidos e uso de estratégias corruptivas. Durante a coletiva, Rincón afirmou que pretende entrar com medidas judiciais contra os procuradores envolvidos nesse processo.

Entenda o caso

A operação Cash Delivery apura repasses indevidos para agentes públicos em Goiás. A investigação foi iniciada a partir das delações premiadas de executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato. O processo oriundo da investigação da força-tarefa havia sido arquivado em agosto de 2021 pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e seguiu na Justiça Federal.

Em 2018, Rincón e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) chegaram a ser presos. Na tarde da quinta-feira 28 de abril, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, acatou parcialmente o pedido de habeas corpus dos advogados do ex-presidente da Agetop. Questionados sobre a situação do ex-governador Marconi Perillo, os advogados de Rincón alegaram não ter propriedade para falar sobre o assunto.

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