Como fez Lula em 2006 ao buscar reeleição, Bolsonaro prioriza Sudeste e Nordeste nas viagens

Petista visitou 51 cidades de janeiro a abril e presidente 40 no primeiro quadrimestre no ano final do primeiro mandato

Postado em: 05-05-2022 às 18h20
Por: Augusto Diniz
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Petista visitou 51 cidades de janeiro a abril e presidente 40 no primeiro quadrimestre no ano final do primeiro mandato | Foto: Cristiano Mariz e Ricardo Stuckert

O ano da reeleição foi dedicado principalmente a visitas presidenciais, tanto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006 quanto de Jair Messias Bolsonaro em 2022, para municípios das regiões Sudeste e Nordeste. É o que mostra o levantamento da Folha de S.Paulo dos quatro primeiros meses nos dois anos, publicado em reportagem do repórter José Matheus Santos na tarde desta quinta-feira (5/5).

No ano em que buscava a reeleição, Lula foi a 51 cidades brasileiras de janeiro a abril de 2006. Já Bolsonaro esteve em 40 no mesmo quadrimestre de 2022. No caso do petista, ele foi eleito mais uma vez presidente da República há 16 anos. Bolsonaro tenta atingir o mesmo feito depois de assumir o comando do Palácio do Planalto em janeiro de 2019.

A Folha levou em consideração viagens oficiais como presidente de Lula e Bolsonaro. Os dois viajaram a cada 4,4 dias de janeiro a abril no ano da tentativa de reeleição. A média é de pelo menos um compromisso no cargo por semana. Sudeste e Nordeste são os dois maiores colégios eleitorais do País.

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Em 2006, Lula visitou 21 cidades da Região Sudeste, o que representa 41% das viagens oficiais no período. A segunda região mais visitada foi o Nordeste, com 33%. Outras dez foram para o Sul (20%) e três no Norte (6%). O Centro-Oeste ficou de fora da agenda do petista de janeiro a abril daquele ano.

Bolsonaro foi a 13 cidades do Sudeste (33%) e 11 do Nordeste (28%). O presidente esteve em cinco municípios do Sul (13%) e sete do Norte (18%). O pré-candidato a reeleição pelo PL veio ao Centro-Oeste quatro vezes, com 10% das viagens oficiais em 2022. Os dois receberam críticas da oposição no Congresso, que consideraram a agenda de ambos eleitoreira.

Gasto público

São eventos bancados com recursos públicos, mas que não impedem que aliados façam pedido de voto, como ocorreu em fevereiro, quando o ex-senador Magno Malta (PL-ES) foi ao microfone em agenda oficial de Bolsonaro na cidade de Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Nortel

A diferença entre Lula e Bolsonaro no ano da tentativa de reeleição é que o petista convidava opositores que comandavam o governo do Estado para participar do evento oficial. Bolsonaro não costuma convidar o chefe do Executivo estadual quando ele é adversário político do presidente. Lula recebia mandatários de oposição no palanque.

Outra diferença apontada pela reportagem da Folha é que Bolsonaro geralmente não dorme na cidade da agenda oficial, enquanto Lula pernoitava no município.

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