Segóvia assume direção da PF e propõe melhorar relação com o Ministério Público

Às vésperas de um ano eleitoral, Fernando Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF

Postado em: 20-11-2017 às 12h55
Por: Márcio Souza
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Às vésperas de um ano eleitoral, Fernando Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF

O novo diretor-geral da Polícia
Federal (PF), Fernando Segóvia, assumiu hoje (20) o cargo e defendeu um novo
capítulo na relação da PF e do Ministério Público Federal (MPF). “Hoje, há uma infeliz
e triste disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mas
confio no espírito de maturidade dessas instituições. É preciso escrever um
novo capítulo e deixar de lado a vaidade. O único que se beneficia dessa
disputa é o crime organizado”, ressaltou.

Segóvia se refere a uma
queda-de-braço entre as duas instituições sobre a competência de policiais de
firmar acordos de delação premiada nas investigações criminais. Para os
procuradores, o dispositivo da Lei das Organizações Criminosas (Lei
12.850/2013) que prevê que o delegado possa fazer acordos de delação é
inconstitucional.

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Prioridades

Entre as prioridades de sua
gestão, o novo diretor-geral destacou o combate à corrupção . Segundo ele,
operações como Lava Jato,  Cadeia Velha,
Cui Bono e Lama Asfáltica terão foco especial, tanto na atuação junto ao
Supremo Tribunal Federal quanto em relação às varas criminais.

Às vésperas de um ano eleitoral,
Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também
estará no foco central de atuação da PF. A expectativa do diretor-geral é de
que a corporação aja “com isenção total, independentemente de partidos
políticos”.

Investigações criminais

Durante a cerimônia de
transmissão de cargo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, condenou o que
chamou de “ilações especulativas” nas investigações criminais. Ele criticou a
convalidação de “imputações sem referências sólidas nos fatos e documentos”.

Evidenciando a divergência com o
Ministério Público, Torquato defendeu que é preciso dizer “não à vaidade fruto
da ambição ou propósitos ocultos no processo”. “Essas condutas que se desviam
da ética agridem mais a sociedade que o próprio indivíduo, porque geram uma
dúvida coletiva sobre a isenção da conduta de quem atua em nome do Estado”,
completou.

O presidente Michel Temer
participou da solenidade, mas não fez uso da palavra.

Segóvia recebeu os cumprimentos
do ex-diretor-geral, Leandro Daiello, que anunciou sua aposentadoria, publicada
na edição de hoje do Diário Oficial da União. Após quase sete anos no comando
da PF, Daiello se colocou à disposição de seu sucessor, fez um agradecimento
especial aos servidores e destacou o orgulho de ser policial federal. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Marcos Corrêa/PR

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