PT terá que cortar nomes para montar chapas
Nos bastidores, algumas personalidades figuram como as principais apostas da legenda para as vagas da Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados
Por: Francisco Costa
O Partido dos Trabalhadores (PT) tem boas expectativas para as chapas de federal e estadual neste ano. Os nomes “sobram” e a legenda deve precisar cortar nomes para entrar na corrida pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e Câmara Federal.
Membro da federação com PV e PCdoB, cabe à legenda indicar 31 nomes para disputar a Alego e 14 para a Câmara. Diferente de 2018, a dificuldade este ano será fechar o número de candidatos, pois a oferta está grande, afirma a presidente estadual da legenda, Katia Maria. O “fator Lula” influencia. Com a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto e a liderança nas pesquisas, a animação no partido é grande.
Katia não revela os nomes já colocados à disposição do PT. Ela afirma que, como em um time de futebol, estão todos “treinando”. A “escalação”, contudo, só será anunciada na véspera. “A principal pauta é a construção do palanque para dar apoio à chapa Lula-Alckmin em Goiás. E, também, às chapas proporcionais”, se esquiva.
Lista
Ainda assim, alguns nomes já são dados como certos na disputa. Para federal: Rubens Otoni concorre à reeleição; a deputada estadual Adriana Accorsi tentará a Câmara este ano; o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira; e o líder do Movimento Sem Terra em Goiás, Valdir Misnerovicz (Valdir do MST). Além deles, também podem entrar no páreo: Kelly Cristina, Daniel Mendes, Isabel Cristine, Eurípedes Cipriano, Hilvany Pinheiro e Arquidones Bites.
Para estadual, Antônio Gomide buscará a releeição. Também são pré-candidatos: Marina Santana (ex-deputada federal), Luís César Bueno (ex-deputado estadual), Bia de Lima (presidente do Sintego), Fabrício Rosa, o vereador Mauro Rubem e Kátia Maria, presidente estadual da sigla. Gabriel Fidelis, Júlio Anderson, Tadeu Costa, Elias D’Angelo e Fábio Júnior, ex-candidato a prefeito de Goiânia, completam a lista.
As listas ainda não estão fechadas e existem outros nomes à disposição. A briga por um lugar ao sol seguirá até o fechamento da chapa e quem não mostrar potencial pode ser cortado. Otimista, o ex-deputado Luís César acredita que o “fator Lula” contribua para cinco a seis nomes na Assembleia. Além disso, vê a possibilidade de dois a três na Câmara.
Perguntado sobre as apostas, ele prefere não comentar. Mas justifica o otimismo. Ele vê chapas competitivas do PT e nomes experientes “puxando votos” pelo Estado.
Cotados
Os favoritos seriam Antônio Gomide, Fabrício Rosa, Marina Santana, Mauro Rubem e Luís César. Em um segundo bloco, a aposta seria em Bia de Lima e Katia Maria. Na avaliação dos entrevistados, Bia pode ganhar força com a união dos profissionais da educação. Katia teria que furar a militância para ir mais além. “O vencedor precisa ter forte inserção na sociedade”, avalia uma das fontes.
Em relação a federal, a aposta é por Adriana Accorsi em primeiro lugar. A disputa entre o segundo ficaria entra o atual deputado, Rubens Otoni, e o ex-reitor Edward Madureira. Já Valdir do MST entraria no “Top 4”.
Ainda em relação a federação, o PCdoB terá dois nomes na disputa à Câmara Federal e seis para a Assembleia Legislativa de Goiás. O PV dois para o Congresso e outros cinco para estadual.
Majoritária
A federação composta por PT, PV e PCdoB ainda irá definir quem representará o partido na disputa ao governo de Goiás. José Eliton, que colocou o nome à disposição pelo PSB, retirou a pré-candidatura, após o adiamento do encontro estadual do Partido dos Trabalhadores de 28 de maio para 11 de junho.
No encontro o PT definiria sua preferência, possivelmente, em consonância com a federação. A legenda tem como pré-candidato ao governo o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Wolmir Amado.
Para Eliton (oficialmente), a falta de consenso foi o motivo da retirada da pré-candidatura. Além disso, o PSB esperava a definição dentro do mês de maio para que houvesse tempo útil para estruturação da pré-campanha e campanha.
Extraoficialmente, segundo interlocutores, a desistência do ex-governador João Doria (PSDB) do páreo teria feito com que a Executiva Nacional do PT procurasse lideranças tucanas pelo Estado. Em Goiás, o nome seria do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
A ideia seria que Perillo compusesse a chapa majoritária – seja como cabeça ou como pré-candidato ao Senado. A forma “atropelada” teria aborrecido Eliton. Já Marconi dependeria de pacificar os correligionários para tratar do tema, já que PT e PSDB são adversários históricos.
Katia, por sua vez, diz que não há tratativas entre PT Goiás e o PSDB local. O ponto final dessas articulações que correm pelos bastidores não deve ter qualquer definição antes do próximo dia 11.