Ministério Público passa a investigar caso de diploma falso vendido na Câmara

Caso, que está sob segredo, é investigado após reportagem do jornal O Hoje registrar flagrante de servidora do gabinete do vereador Kleye Morais vendendo o documento ao custo de R$100

Postado em: 01-06-2022 às 09h39
Por: Yago Sales
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Caso, que está sob segredo, é investigado após reportagem do jornal O Hoje registrar flagrante de servidora do gabinete do vereador Kleye Morais vendendo o documento ao custo de R$100 | Foto: Pedro Pinheiro

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), por meio da 73ª Promotoria, iniciou investigação para apurar venda de diplomas falsos de pós-graduação por uma servidora do gabinete do vereador Kleybe Morais (MDB), em Goiânia. O procedimento, no entanto, está sob segredo. O caso veio à tona após reportagem do jornal O Hoje publicada no dia 19 de maio. 

A reportagem recebeu denúncia de uma fonte anônima e flagrou a assessora Nubia Pereira da Silva Ribeiro dentro do gabinete, em horário de expediente, negociando o documento ao custo de R$100 pago via pix. Gravada pelo repórter do jornal, a mulher ainda afirmou que pelo menos uma outra pessoa havia ido à Casa Legislativa atrás do vereador Kleybe Morais em busca de ajuda para conseguir assumir uma vaga na Secretaria Municipal de Educação (SME). 

O esquema, conforme a reportagem descobriu, beneficiaria professores e profissionais do administrativo aprovados no Processo Seletivo 001/2021 e que não dispunham de documentação necessária. Além do uso indevido de uma escola de cursos livres oferecidos livremente em um site do Ceará, a fonte ouvida pela reportagem disse que outro site também era utilizado. 

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A Secretaria Municipal de Educação abriu um procedimento para averiguar a documentação de 1.230 convocados. Na tarde da terça-feira (31), a SME, por meio da assessoria de imprensa, informou que continua averiguando os certificados.

A reportagem procurou o vereador Kleybe Morais, mas ele não atendeu. A outros veículos, comentou que havia afastado a servidora. 

O vereador Kleybe Moraes é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal por conta de ter liderado suposto esquema de compra de votos utilizando influência na prefeitura na renovação de contratos temporários em 2017. O processo é conduzido lentamente e, enquanto isso, o parlamentar continua repetindo o modus operandi para ter apoio político e se reeleger. Ano passado, a reportagem do jornal O Hoje flagrou o parlamentar em uma reunião convocada pelas redes sociais prometendo ajudar pessoas a conseguirem uma vaga justamente no processo seletivo 001/2021 da SME.

Outro caso investigado pelo jornal O Hoje é objeto de apuração do Ministério Público. Trata-se da lista de ‘servidores fantasmas’ em um gabinete da Câmara. A reportagem flagrou a dona de uma farmácia, um empresário e até um marceneiro exercendo suas atividades ao invés de estarem no gabinete do vereador Paulo Henrique da Farmácia (PTC). À época, ocupava o lugar dele na Câmara Célio Silva, já que Paulo era o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedetec). O MP, no entanto, ainda não concluiu o procedimento oito meses após a denúncia.

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