Com direita tomada, Marconi deve mirar composição com a esquerda goiana

Crescem os rumores de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pode compor com a esquerda goiana de olho nas eleições deste ano. Nos bastidores da política goiana, a informação é de que as negociações estariam ora avançadas, ora incertas. Fato é que a indefinição no que diz respeito a se lançar na disputa em ‘voo solo’, ou não, tem feito com que Marconi perca espaço. 

Postado em: 11-06-2022 às 11h40
Por: Felipe Cardoso
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Ex-governador nega conversações com PT, assim negou que PSDB chegaria à disputa sem candidato à presidência. A última das declarações, no entanto, já não se sustenta. | Foto: Reprodução.

Crescem os rumores de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pode compor com a esquerda goiana de olho nas eleições deste ano. Nos bastidores da política goiana, a informação é de que as negociações estariam ora avançadas, ora incertas. Fato é que a indefinição no que diz respeito a se lançar na disputa em ‘voo solo’, ou não, tem feito com que Marconi perca espaço. 

No campo da direita, onde o líder político transita com facilidade, o espaço já é tido como “preenchido”. Isso porquê, enquanto o ex-governador não se apresenta como uma possibilidade concreta na disputa, o eleitorado tem abraçado o projeto daqueles que são tidos como ‘verdadeiros candidatos’.  O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), e o deputado federal e candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, Vitor Hugo, já figuram como os principais destaques da ala direitista. 

Sem grandes chances de protagonizar como o candidato dessa ala, e até mesmo diante da possibilidade de apoio ao PT em um eventual segundo turno, restaria ao ex-governador uma composição com as lideranças da esquerda. “Se fechar [acordo] ele poderia penetrar em um espaço que não conseguiria sozinho, ou seja, o campo progressista, esquerdista”, relata uma liderança próxima ao tucano. 

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Um ponto importante a ser observado é que o PT adiou, na última semana e pela segunda vez, o seu encontro estadual. A expectativa era que no evento, até então previsto para este sábado (11/6), o partido indicasse à federação (PT, PV, PCdoB) o nome que defenderia para a disputa ao governo de Goiás.

Em nota, contudo, a presidente do PT Goiás, Kátia Maria, disse que o diálogo deve continuar para haver consenso. “O PT de Goiás apresentou o nome do Professor Wolmir Amado ao Governo de Goiás e segue em diálogo com a Federação Brasil Esperança, formada pelo PT, PCdoB, PV, a Direção Nacional e os partidos que compõem a aliança em apoio ao Presidente Lula.”

O anúncio do adiamento do encontro estadual do PT ocorreu na quinta-feira (9). Um dia antes, conforme mostrado pelo O HOJE, lideranças de esquerda se reuniram em Goiânia a convite do vereador Mauro Rubem (PT) para debater o pleito deste ano. Estavam presentes líderes de movimentos sociais, sindicais e os partidos PT, PSOL, PV e Rede. O encontro aconteceu na Câmara de Goiânia, na sala da presidência. Na ocasião, eles chegaram a conclusão que veem o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) como representante da chapa Lula-Alckmin (PT-PSB) em Goiás. 

Caso a aliança entre Marconi e a esquerda se consolide, isso fará com que a ‘segunda parte’ do discurso adotado pelo ex-governador caia por terra. Acontece que ao ser questionado durante sua passagem pela Câmara, há duas semanas, o ex-governador descartou conversas com o PT por um motivo que chamou de “muito simples”.

 “O PT terá candidato à presidência da República, o PSDB também. O PT terá candidato ao governo de Goiás, o PSDB também”, explicou. A primeira parte — que o PSDB terá candidato à presidência, assim como o PT — já está descartada, haja vista que o partido decidiu, na semana passada, se juntar ao projeto emedebista que tem como cabeça de chapa a senadora Simone Tebet (MDB). Resta saber se o mesmo ocorrerá com a ‘segunda parte’ do discurso de Marconi Perillo. O tempo dirá.

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