Movimento dos postulantes em busca do Senado

Enquanto não se resolve , o exercício do governador Ronaldo Caiado (UB) se resume a aferir o potencial político de cada um dos nomes

Postado em: 02-07-2022 às 08h32
Por: Redação
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Enquanto não se resolve , o exercício do governador Ronaldo Caiado (UB) se resume a aferir o potencial político de cada um dos nomes | Foto: Reprodução

Felipe Cardoso e Wilson Silvestre 

Que todos os pré-candidatos ao Senado tem trabalhado em busca de espaço — até mais que de votos — disso não restam dúvidas. Na tentativa incessante de se provarem protagonistas, a maioria percorre regiões importantes do estado e se reúne, dia sim outro também, com lideranças da oposição para chamar atenção do governador que pode, caso queira, bancar um único nome na corrida em sua chapa. 

Enquanto não se resolve — ou finge não se resolver —, o exercício do governador Ronaldo Caiado (UB) se resume a aferir o potencial político de cada um dos nomes. Caiado precisa, sobretudo, medir a densidade eleitoral de todos os políticos antes de apontar um único nome à sua chapa ou deixá-los concorrer no esquema ‘cada um por si’, Deus por todos’. 

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O que há de fato, ao menos até o momento, é que o senador Luiz do Carmo (PSC), além de ter o peso da cadeira em relação aos demais, conta com uma base ampla de evangélicos. Irmão do líder religioso Eurípedes do Carmo — que, por sinal, preside seu partido —, Luiz goza de apoio de um segmento específico e considerável do meio gospel. Soma-se a isso o apoio conquistado através das emendas repassadas aos municípios ao longo dos últimos anos em que figurou como senador. Vale lembrar que Carmo ainda investiu pesado em uma estrutura de marketing e comunicação, o que deve render bons votos. 

Na outra ponta está Alexandre Baldy (Progressistas). Este demonstra ser o mais atuante nos bastidores do serpentário político de Brasília. Sua proximidade com o manda chuva do Progressistas, Ciro Nogueira, fez dele uma liderança do partido com missões importantes na articulação nas regiões Centro-Oeste e Norte. 

Em Goiás, porém, o político não conta com um grupo político tão forte. Seus aliados de primeira hora contam-se nos dedos: seu irmão e secretário da Secretaria de Industria e Comércio (SIC), Joel Santana; deputado federal, Adriano do Baldy; prefeito de Anápolis, Roberto Naves e alguns prefeitos em cidades com menor expressão política. Muitos deles ameaçaram abandoná-lo ano passado se não apoiasse Caiado. Mas segue firme, não apenas no apoio, mas na defesa de que os candidatos saiam em voo solo, diferentemente da opinião de Carmo e Lissauer. 

Por falar no presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSD), seu nome tem ganhado força significativa entre as lideranças do agronegócio. Empresário do segmento rural que é, conta ainda com a vantagem de ser bem articulado, diplomático e pacificador. Lissauer tem ao seu favor uma importante fatia da região sudoeste do estado, especialmente as cidades de Rio Verde e Jataí, que somam uma quantidade mais expressiva do eleitorado. O parlamentar figura nos bastidores como uma importante peça no tabuleiro do xadrez político, já que o PSD pode pular fora da base caiadista caso o governador não o agasalhe como candidato ao Senado.

Outro que tem se destacado, especialmente no ranking das intenções de voto das últimas pesquisas, é o federal Delegado Waldir (UB). Seu capital político é difuso. Centrado na segurança pública, o parlamentar é tido como uma figura dispersa entre as lideranças. Sem muitas amarras, um de seus principais problemas é, na verdade, estar filiado ao mesmo partido do governador — o que dificulta a composição da chapa. Sendo assim, o pré-candidato insiste em disputar a vaga em um modelo de candidaturas isoladas. 

O líder religioso e deputado federal João Campos (Republicanos) rachou o partido ao migrar para a base do pré-candidato Gustavo Mendanha (Patriota). Ele terá dificuldades para enfrentar a máquina pública da Prefeitura de Goiânia — que perdeu Rogério Cruz (Republicanos) para a gestão caiadista — e, claro, do Estado. Suas chances serão desenhadas a partir das próximas pesquisas para o Senado. Se estiver bem avaliado, significa que venceu a queda de braços dentro de sua legenda, caso contrário, deverá se contentar em levar no currículo apenas o título de ex-deputado federal. Há quem avalie que é melhor perder disputando o salão azul do Congresso do que continuar deputado federal ad aeternum.

Quanto ao deputado Zacharias Calil (UB), ninguém sabe ao certo a que veio. Sua dificuldade, além de superar os grandes players da disputa, está em disputar espaço no União Brasil com Waldir, um dos mais bem posicionados na pesquisa. Quanto aos demais postulantes que permeiam nos extremos — leia-se Denise Carvalho, à esquerda, e Wilder Morais, à direita — tendem a entrar em campo apenas para marcar presença figurando na corrida como personagens de pouca expressão. O último, em um cenário mais vantajoso que a primeira, haja vista o peso de seu currículo como ex-senador por Goiás onde liberou uma quantidade satisfatória de emendas aos municípios. Fora os atributos políticos, Wilder goza de um volumoso capital econômico.

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