Marun diz que ainda não há decisão sobre votação da reforma da Previdência

No entanto, o vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados, reconheceu que é muito difícil colocar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em debate no Congresso perto do recesso parlamentar

Postado em: 14-12-2017 às 13h30
Por: Márcio Souza
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No entanto, o vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados, reconheceu que é muito difícil colocar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em debate no Congresso perto do recesso parlamentar

O vice-líder do PMDB na Câmara
dos Deputados, Carlos Marun (PMDB-MS), disse hoje (14) que ainda não há decisão
sobre o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro. O futuro
ministro da Secretaria de Governo ressaltou que o agendamento é prerrogativa da
presidência da Câmara.

Marun, no entanto, reconheceu que
é muito difícil colocar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em debate
no Congresso perto do recesso parlamentar. “Não é comum que se aprove uma PEC
tão polêmica na semana antes do recesso, nós sabemos das dificuldades para
isso, mas entendo que avaliaremos e será tomada a decisão pelo presidente [da
Câmara] da Rodrigo [Maia]”.

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Marun lembrou que a próxima
semana é esvaziada, “onde normalmente o quórum é menos robusto. Claro que
faríamos ou faremos um grande esforço para que estejam presentes na Casa o
número suficiente de deputados que têm a disposição de colocar em votação essa
reforma, que é tão importante”.

O deputado disse que a base
aliada ainda faz avaliações e que a declaração dada quarta-feira (13) pelo
líder do governo no Senado, Romero Jucá, é “episódio ultrapassado”. “Hoje é
vida que segue, as decisões que serão tomadas pelo presidente Rodrigo Maia tenho
certeza que não serão balizadas pela fala do nosso líder Romero Jucá, que
continua sendo uma peça importante nesse processo”.

O vice-líder ressaltou que não
jogou a toalha e que acredita que ainda é possível avaliar a possibilidade de
votar a reforma na próxima semana. “Eu volto a destacar que não existe decisão
tomada nesse sentido [para votar em fevereiro] e que ainda penso ser possível
uma votação na semana que vem. Uma eventual votação em fevereiro é tida por
muitos como mais difícil do que agora. Eu estive refletindo sobre isso, que
talvez não seja assim. Talvez a proximidade dos parlamentares com suas bases
torne mais viável a aprovação”, disse.

Havia a expectativa de que o
relatório da reforma da Previdência seria lido hoje de manhã pelo relator Arthur
Maia (PPS-BA). No entanto, a sessão deliberativa convocada para esta
quinta-feira foi aberta pontualmente às 9h e o relator não apareceu no
plenário. Ele está reunido com o presidente da Câmara na residência oficial.

A leitura do relatório formaliza a
inclusão da PEC na pauta do plenário e permite que seja iniciada a etapa de
debate.

Oposição

Do lado de fora do plenário, um
grupo de auditores-fiscais protestaram no salão verde contra a reforma da
Previdência. Enquanto parlamentares falavam com a imprensa, os manifestantes
gritavam para os deputados “se votar, não volta”.

O grupo argumenta que a proposta
mantém “injustiças” do texto original enviado ao Congresso Nacional. Eles
também contestam a nova estratégia do governo de destacar os servidores públicos
como detentores de privilégios.

“O governo pegou os servidores
como bode expiatório para tentar aprovar essa aberração. Mas essa proposta não
tem apoio e não será aprovada”, disse Walto Edson de Arruda, presidente do
Sindifisco Nacional.

Integrantes dos partidos
oposicionistas também declaram que a reforma da Previdência não tem mais
chances de ser aprovada. “Fizeram todo o possível, jogaram todas as fichas para
tentar votar esse fim de ano e não conseguiram. Não existe apoio no plenário,
não existem votos suficientes para fazer a aprovação da reforma”, disse o líder
do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP).

O deputado disse ainda que não
acredita que o texto atual da reforma seja aprovado nem mesmo em fevereiro.
“Para colocar em votação em fevereiro, o governo vai ter que fazer muita
negociação para atrair parte de sua própria base que se opõe [á reforma]. O
PMDB anunciou fechamento de questão e tem mais de 20 deputados que já falaram
que não votam, nem com questão fechada. No PSDB a mesma coisa. Fez um
fechamento de questão com uma parte da bancada rebelada. Para que esse quadro
mude daqui para fevereiro, o governo tem que fazer uma outra proposta”, disse. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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