Votação da LDO é marcada por bate-boca de vereadores

Tudo começou quando Mauro Rubem, do PT, associou Bolsonaro aos crimes cometidos ao longo dos últimos dias, dentre eles a morte do tesoureiro do PT

Postado em: 13-07-2022 às 08h32
Por: Felipe Cardoso
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Tudo começou quando Mauro Rubem, do PT, associou Bolsonaro aos crimes cometidos ao longo dos últimos dias, dentre eles a morte do tesoureiro do PT | Foto: Reprodução

Aos 48 do segundo tempo para o recesso parlamentar, o clima na Câmara Municipal de Goiânia esquentou. O debate perdeu o controle na manhã da última terça-feira (12), dia de primeira votação e discussão do projeto que trata da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do município. O bate-boca teve início quando o vereador Clécio Alves (Republicanos) decidiu rebater os comentários político/partidários do colega petista, vereador Mauro Rubem. 

Minutos antes do ‘circo’ pegar fogo, Mauro Rubem usou a tribuna do Legislativo ara repercutir casos marcantes dos últimos dias. “Estamos vendo uma seita criminosa e corrupta ocupando espaço nesse país. Estão pregando o ódio e violência. Fico indignado com a cena daquele médico bolsonarista que prega a seita da morte. Não podemos ficar calados. Pregam a morte, como aconteceu com o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu sábado à noite. Aquele gatilho foi apertado pelas pessoas que querem continuar no poder às custas da violência”, disparou.

Em outro trecho, o político assegurou que o Partido dos Trabalhadores não irá “recuar” e que permanecerá “ao lado da sociedade” que, segundo ele, quer ver “o fim desse projeto de morte que hoje está dominando o nosso país”. “Não vamos aceitar essa intimidação. Aqui está falando um ser humano que tem ideologia e não tem medo”, completou. 

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Durante seu pronunciamento, o vereador e presidente em exercício, Clecio Alves, chegou a pedir alguns minutos para comentar o discurso. A solicitação, no entanto, foi negada por Rubem. Depois de concluir seu pronunciamento e deixar a tribuna, Alves decidiu se posicionar. 

“Pode um membro do Psol, ligado à esquerda, meter uma faca na barriga do Bolsonaro em plena campanha e rasgar sua barriga até o talo? O vagabundo está lá e ninguém fala nada. Pode esse ex-presidente Lula elogiar um lunático e vagabundo do PT que bate a cabeça do outro numa carroceria. Isso pode? Pode tudo para a esquerda”, indagou.

Depois, ele comentou o fato do petista associar Bolsonaro às fatalidades dos últimos dias. “Se alguém que é meu eleitor faz um ato de estupro na esquina a culpa é minha? Isso é hipocrisia. O ex-presidente [Lula (PT)] foi preso. Ninguém vai preso atoa. Todos os tesoureiros do seu partido também foram presos. Membros do partido de vossa excelência devolveram milhões que roubaram do povo. Não quero misturar nossa amizade no meio disso, mas é um absurdo o senhor subir na tribuna para dizer que o culpado pelo ocorrido é o Bolsonaro”, pontuou. 

Desse ponto em diante foi que ambos subiram o tom. Primeiro, Clécio disse que apesar de respeitar Mauro, seu discurso causava “nojo”. Mauro, por sua vez, rebateu. Enquanto o tempo corria, a discussão se resumia a ataques político/partidários. Clecio tentou então colocar um basta ao dizer que o Mauro deveria focar em discutir o projeto sob pena de ter sua palavra cortada. Mauro insistiu e Alves disparou: “Não vai fazer circo aqui não, palavra cortada”.

A atitude revoltou o petista que bateu por inúmeras vezes na mesa. “E se quebrar essa mesa o senhor vai ter que pagar”, completou o presidente. Mauro insistiu e o clima de tensão levou Clécio a suspender o encontro por dez minutos. Com os ânimos mais calmos, os vereadores puderam retomar as discussões e só então é que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pôde ser apreciada.

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