A preocupação latente dos candidatos com o segundo turno

Nos bastidores, alguns grandes players consideram que a conquista do passe ao segundo turno nas eleições que se aproximam tende a ser a missão mais difícil.

Postado em: 23-07-2022 às 08h22
Por: Felipe Cardoso
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Nos bastidores, alguns grandes players consideram que a conquista do passe ao segundo turno nas eleições que se aproximam tende a ser a missão mais difícil. | Foto: Reprodução

Quem acompanha a política goiana mais de perto sabe que o comentário, nos bastidores, diz respeito a dois fatores cruciais. O primeiro deles, e mais recorrente, passa pelo imbróglio enfrentado pela base caiadista para escolha de um nome —  ou nenhum —, na corrida ao Senado. Como já mostrado em publicações recentes, independentemente do caminho tomado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), haverão perdas significativas em seu projeto de reeleição. Um outro ponto, contudo, também tem sido alvo recorrente de discussões entre os mandachuvas da política em Goiás: a briga pelo segundo turno.

Sobre o assunto, alguns consideram, inclusive, que conquistar o passe ao segundo turno nas eleições que se aproximam tende a ser a missão “mais difícil”. Evidentemente, lideranças de todos os segmentos falam sobre com precisão e certeza de que seus candidatos estarão lá. O que as pesquisas mostram, porém, é que, no cenário atual, essa briga se restringe ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e ao ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota). 

O segundo turno é, sem dúvidas, o foco de ambos os candidatos neste momento. Acontece que o governador Ronaldo Caiado (UB) aparece com 37,6% na pesquisa de intenções de voto mais recente. O número é praticamente o mesmo desde de janeiro, o que demonstra uma estagnação do projeto caiadista que parece ter atingido o pico. Na sequência está o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota). O segundo colocado soma 18,7% e é seguido pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB) com 15%.

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Se ambas as forças se unirem em uma segunda etapa da eleição, a matemática demonstra que o atual gestor terá o grau de dificuldade elevado para tirar do papel seu projeto de reeleição. Sem contar a transferência de voto dos demais candidatos que não estarão nessa briga. A grande questão é quem representará, de fato, a oposição goiana em um eventual segundo turno. 

Em entrevista recente ao O HOJE, o tucano de longa data, Helio de Sousa, colocou a mão no fogo por Marconi. Na ocasião, ele afirmou que o ex-governador estará no segundo turno das eleições deste ano. E completou: “Só não sabemos com quem”. Segundo ele, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não está garantido, por ter uma “série” de problemas. “É o único que perde votos para Vitor Hugo (PL)”, se refere ao pré-candidato do presidente Bolsonaro (PL) no Estado. “Ele não sabe quantos votos, mas vai perder.”

Além disso, Hélio afirma que Caiado enfrenta outra situação desgastante, que é a impossibilidade de abrir todos os pré-candidatos ao Senado da base, o que irá resultar em debandada. “Então, daqui pra frente, Caiado só tem para perder. Enquanto isso, o PSDB é o único com duas vagas na chapa: para Senado e vice.” Na avaliação do tucano, a situação do partido é interessante e possibilita montar um time forte. “Com quem eu não sei, mas conversamos com todos”, se antecipa para não entregar nomes.

Por outro lado, Mendanha (Patriota) argumenta que a base governista tem buscado associar o nome de Marconi a ‘verdadeira oposição’ na tentativa de inibir seu crescimento. “Eles não querem me tornar conhecidos e obviamente se o Caiado viesse a polarizar comigo me daria projeção. Na estratégia deles o correto é tentar ir pra debate com Marconi. Mas está muito polarizado já, as pesquisas mostraram isso”, disse o pré-candidato.

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