Ucrânia acusa Lula de fazer propaganda da Rússia

Ex-presidente condenou a invasão mas afirmou que presidente ucraniano também é culpado do conflito.

Postado em: 25-07-2022 às 14h24
Por: Luan Monteiro
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Ex-presidente condenou a invasão mas afirmou que presidente ucraniano também é culpado do conflito. | Foto: Reprodução

O governo da Ucrânia incluiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na lista de “oradores que promovem narrativas de propaganda russa”. A acusação foi publicada no site do Centro para Contenção de Desinformação, uma entidade criada pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, no ano passado que integra a guerra informativa entre Rússia e Ucrânia pela ótica do que Kiev considera fake news e manipulações russas.

Lula é único brasileiro a integrar a lista. Ao todo, são 78 pessoas na lista feita pelo governo ucraniano, destas, 30 são americanas. Segundo o órgão, Lula está na lista por dizer que a Rússia deveria liderar uma nova ordem mundial e que Zelenski é tão culpado pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin.

Não há registro sobre Lula ter dito a primeira frase. Nos seus oito anos de mandato, o petista promoveu uma política externa voltada para relações Sul-Sul, na qual a Rússia estava inserida como membro fundador do Brics, bloco político-econômico que une Brasil, China, Índia e África do Sul.

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A segunda frase, no entanto, está na entrevista concedida por Lula à revista norte-americana Time, em maio. Nela, ele disse que Zelensky não deveria ser aplaudido. ​”Fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os Parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”.

Nas últimas duas semanas, o Brasil interagiu duas vezes com o conflito que ocorre na Ucrânia. Na última semana, em entrevista a Rede Globo, Zelesnky criticou a neutralidade adotada por Bolsonaro. A decisão tomada pelo presidente tem como raiz interesses econômicos, já que o país quis manter o fluxo de fertilizantes russos para o agronegócio.

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