Presidente de Tribunal Militar diz que Forças Armadas não deve se envolver em eleições

A declaração foi dada em seu último dia na presidência da corte.

Postado em: 28-07-2022 às 07h00
Por: Luan Monteiro
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A declaração foi dada em seu último dia na presidência da corte. | Foto: Reprodução

O presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), general Luis Carlos Gomes Mattos, afirmou nesta quarta-feira (27/7) que as Forças Armadas não deve se envolver em eleições. A declaração foi dada em seu último dia na presidência da corte.

“A Justiça Eleitoral é responsável pelo funcionamento real daquilo [eleições]. Nossa missão é diferente. Não temos que nos envolver em nada. Nós temos que garantir que o processo seja legítimo, essa é a missão das Forças Armadas”, afirmou após sua cerimônia de despedida.

“Nós vamos atuar dentro daquilo que está previsto para garantir que o processo seja legítimo e ao final tenha o respaldo popular”, continuou.

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O general deixa a presidência da corte por conta de aposentadoria compulsória, ao completar 75 anos, idade máxima para ocupar o cargo. Ele também irá integrar a reserva do Exército. Agora, Mattos será substituido pelo general Lúcio Mário de Barros Góes na presidencia do STM.

O ex-ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), estava presente na cerimônia. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Eduardo Ramos, também se encontrava no local.

O Exército está protagonizando uma crise com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido ao processo eleitoral deste ano. O problema é atiçado devido a constantes ameaças golpistas de Bolsonaro que afirma, sem provas, que as urnas eletrônicas não são seguras.

O TSE rejeitou sugestões feitas pelos militares para alterar o processo eleitoral previsto para outubro deste ano. Na decisão, o tribunal afirma que os militares confundiram conceitos e erraram cálculos ao apontar riscos em testes de integridade das urnas eletrônicas.

Na crise com o TSE, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, demorou um mês para responder ao Tribunal. Em ofício, ele afirmou que os militares se sentiam desprestigiados pela corte na discussão sobre transparência do sistema eleitoral.

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