Metade dos eleitores deixou de falar de política para evitar discussões, diz Datafolha
A decisão é maior entre os eleitores que pretendem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), representado 54% de seus apoiadores.
A última pesquisa Datafolha mostrou que 49% do eleitorado brasileiro deixou ter conversas sobre política com amigos e familiares nos últimos meses. Segundo o levantamento, feito de 27 a 28 de julho, o principal motivo para a redução das conversas sobre o tema é o desejo de evitar discussões diante do acirramento eleitoral (49%).
A decisão é maior entre os eleitores que pretendem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), representado 54% de seus apoiadores. Entre aqueles que apoiam a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), cerca de 40% não comentam mais sobre política.
O Datafolha entrevistou 2.566 eleitores em 183 cidades. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-01192/2022.
Há também os que afirmam evitar os temas por já terem sido ameaçados verbalmente por suas posições políticas (15%), assim como os que já sofreram ameaças físicas (7%).
Dos entrevistados, 54% disseram ter vivido, nos últimos meses, alguma situação de constrangimento, ameaça física ou verbal por causa de posições políticas. Os mais ameaçados são simpatizantes do PT (63%), eleitores de Lula (58%), mais instruídos (62%), eleitores que reprovam o governo Bolsonaro (62%), autodeclarados pretos (60%) e LGBTIs (65%).
Intenções de voto
A última pesquisa Datafolha apontou o favoritismo do ex-presidente Lula, que manteve os mesmos 47% das intenções de voto desde a pesquisa do mês de junho. Bolsonaro aparece com 29%. Considerando-se apenas os votos válidos, o petista vence Bolsonaro no 1º turno, por 52% a 32%.
Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto. Simone Tebet (MDB) conquistou 2% dos eleitores, enquanto André Janones (Avante), Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) aparecem com 1% cada.
Leia também: Pesquisa Datafolha: 53% dos brasileiros acreditam que corrupção no governo Bolsonaro vai aumentar